O presente trabalho aborda a complexidade da construção da paisagem de Belo Horizonte em Minas Gerais, destaca suas múltiplas camadas históricas e culturais que se entrelaçam ao longo do tempo. Aborda a paisagem a partir da visão do livro "O gosto do mundo: Exercícios de paisagem" (2014) [2009] de Jean-Marc, especialmente com suas cinco considerações sobre paisagem, apresentando-as em uma visão polissêmica. Enfatiza o diálogo entre memória e história, amplia-se o discurso com às visões de Maurice Halbawachs e Pierra Nora, apresenta a paisagem como narradora das transformações ao longo do tempo. O texto propõe uma investigação do processo de construção da paisagem de Belo Horizonte através da visão do livro: “Belo Horizonte: Memória histórica e descritiva” (1936) de Abilio Barreto. Apresenta-se a história da paisagem belo-horizontina desde seus primórdios até sua consolidação como cidade-capital, destacando as memórias e histórias como formas de resistência e preservação da paisagem. São apresentados discursos poéticos e históricos que revelam as transformações e fissuras dessa paisagem ao longo dos anos. O trabalho é organizado em três capítulos: o primeiro aborda a fundamentação teórica, o segundo explora os três momentos temporais [construção, sobreposição e os vestígios] da paisagem belo-horizontina e o terceiro apresenta uma abordagem cartográfica temporal, dando voz à sociedade para contar suas próprias histórias e contribuir para a preservação dessa paisagem em constante mudança. Em suma, o trabalho busca compreender a paisagem de Belo Horizonte como uma construção em constante transformação, onde as memórias e histórias desempenham um papel fundamental na preservação e valorização desse espaço urbano.