As gomas são polissacarídeos de cadeia longa, com alto peso molecular, translúcidos e amorfos, usados em processos de síntese devido a ação estabilizadora que confere às nanopartículas. Pode ser obtida de extratos de algas marinhas, de sementes, de exsudatos vegetais e de microorganismos, criando, por isso, condições para uma síntese mais ecológica e renovável. Neste contexto, este trabalho foi produzido com o objetivo de investigar a influência da goma gelana e goma do cajueiro na formação de TiO2 nanoestruturado, para ser usado em aplicações fotocatalíticas. Inicialmente, o TiO2 foi sintetizado usando diferentes quantidades de goma gelana (1GGT, 3GGT e 5GGT) e testado para degradação do corante azul de metila, sob luz UV. A fase anatase foi confirmada por DRX, MEV, EDS e as propriedades texturais do material demonstraram a formação de mesoporos. A maior fotodegradação de corante foi obtida quando a menor quantidade de goma foi usada e este fato foi atribuído aos radicais fotogerados e à área de superfície específica. A estabilidade do catalisador, após ciclos sucessivos, foi demonstrada por FT-IR não sendo observada toxicidade após a degradação do corante. O TiO2 foi novamente sintetizado, porém agora, usando goma do cajueiro (CGT). A caracterização estrutural, morfológica e óptica foi realizada para verificar a influência da goma no crescimento da nanoestrutura. A fase anatase foi novamente identificada. Nesta etapa os testes fotocatalíticos foram executados para poluentes diferentes sendo, um corante (azul de metila) e um fármaco (ibuprofeno), ambos sob radiação UV. Foi possível observar maior eficiência para remoção do corante em detrimento do fármaco e, a partir do teste de inibidores, os elétrons foram apontados como as espécies diretamente envolvidas na degradação. O resultado do trabalho sugere que o uso das gomas conferiu estabilidade às nanoestruturas obtidas, uma vez que a área da superfície contribuiu para a remoção dos poluentes devido a ocorrência dos processos na interface sólido-líquido.