As confluências fluviais são áreas da rede de drenagem com complexidade de interações, uma vez que, o ângulo de entrada das correntes dos fluxos pode afetar significativamente a distribuição dos sedimentos no leito fluvial. A presente pesquisa teve por objetivo principal investigar a distribuição e as características dos sedimentos em leito de confluências fluviais rochosas com distintos ângulos de junção. O estudo baseou-se em levantamento de campo com dados morfológicos dos canais, dados granulométricos de amostras de sedimentos distribuídos pelo leito e levantamento geológico em campo da litologia do leito nos três trechos de rios da confluência fluvial (montante, jusante e tributário), representativas de ângulos reto, obtuso e agudo, bem como, uso de dados cartográficos dos aspectos físicos (relevo, hidrografia, uso do solo, solos, litologia e declividade) das áreas de contribuição. As variáveis ângulo de junção, largura, profundidade, declividade, litologia, uso do solo e vazão dos canais da confluência foram investigadas, a fim de compreender a distribuição dos sedimentos no leito fluvial rochoso, em consequência da maior resistência a erosão e variabilidade dos ângulos de junção. Os resultados indicaram que o diâmetro, a morfologia e a seletividade dos sedimentos de leito variam de acordo com o ângulo de junção. A entrada das correntes de fluxos na confluência é controlada pelo ângulo fluvial da junção, impactando a distribuição dos sedimentos de leito. Junções agudas apresentam sedimentos de leito mais finos, angulosos e de menor seletividade, enquanto junções retas e obtusas sedimentos de maior granulometria e melhor seletividade. A configuração morfológica e sedimentar das confluências rochosas é determinada pela influência de três fatores principais: o ângulo de confluência, que controla o desvio do fluxo e sua capacidade erosiva; as zonas susceptíveis à erosão, como locais com variações litológicas e junções de canais fluviais que atravessam estruturas tectônicas; e o uso do solo nas áreas que circundam a confluência e/ou nas áreas a montante (bacia hidrográfica) da confluência. As formas de deposição dos sedimentos no leito podem modificar a dinâmica dos rios, padrões de fluxos, qualidade da água, ecossistemas e habitat, sua compreensão é importante para o planejamento ambiental, em especial confluências fluviais com leito rochoso, onde as falhas, lineamentos e leito fraturado condicionam uma variabilidade de ângulos de junções.