As tetraciclinas são uma família de antibióticos ativos contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, que atuam como depressores da síntese de proteínas. Entretanto, são instáveis à radiação UV, o que pode levar à fotodegradação. As argilas são materiais naturais com propriedades físico-químicas favoráveis para uso em formulações farmacêuticas, com capacidade de refletir a radiação solar. Este trabalho teve como objetivo investigar a fotoestabilidade de híbridos formados pela incorporação de fármacos da família das tetraciclinas (OTC e DTC) em argilas e avaliar a atividade antibacteriana dos híbridos antes e depois da exposição a 200 h de radiação. Para esse trabalho, foram usados quatro tipos de argila: VHS, Veegum, Paligorsquita e Sepiolita. Estes sistemas foram monitorados por meio DRX, TG-DTG, BET, MET e FTIR. Em seguida, foram realizados testes microbiológicos. Os resultados mostraram maior incorporação do antibiótico em minerais de argila lamelar do que em minerais de argila com morfologia fibrosa. Após os testes de irradiação foi observado uma degradação mínima das moléculas do fármaco adsorvidas, provavelmente devido às fortes interações entre as estruturas orgânicas e inorgânicas. Nos testes biológicos, para ambas as bactérias, S. aureus e E. coli, todos os sistemas (fármaco/argila) apresentaram 100% de inibição do crescimento da colônia. Foi observada uma leve diminuição no potencial antibacteriano para os sistemas irradiados e, para as bactérias Gram-positivas, essa variação não foi significativa. Assim, os experimentos mostraram que os minerais de argila são adequados para estabilizar moléculas de medicamentos e exibem excelente atividade antibacteriana, especialmente contra cepas de S. aureus. Assim, os híbridos farmáco/argila são promissores para aplicações como agentes de fotoproteção para medicamentos.