A presente pesquisa versa acerca os signos de morte utilizados no suporte da lápide no cemitério Senhor Bom Jesus da Redenção, em Recife- PE, no decorrer dos anos de 1851 a 1900. Para tal, utilizamos as concepções teóricas e metodológicas da Arqueologia Funerária, Arqueologia Cemiterial e Arqueologia Histórica, assim como recorremos a outras áreas para dar um maior embasamento na pesquisa, como a História, Análise do Discurso e Arte. Desse modo, compreende-se nesse trabalho o cemitério como um espaço de representação do morto, mas também da sociedade dos vivos, onde não opera como um espelho, mas como um lugar contínuas tensões que nos permite compreender a sociedade em que se insere e inseriu. Os signos de morte utilizados são dotados de intencionalidade e colocam o morto em um novo lugar de memória. Esses signos podem sofrer modificações e transformações com o tempo, principalmente com mudanças sociais na sociedade dos vivos. Portanto, utilizamos o cemitério Senhor Bom Jesus da Redenção para compreender quais signos de morte estão presentes no Recife na segunda metade do século XIX, uma vez que o período é de intensas tensões e mudanças no cenário brasileiro e pernambucano, tanto no âmbito das práticas funerárias quanto no social. Para tal, a metodologia utilizada partiu de registros fotográficos dos jazigos, lápides e seus detalhes, onde através do uso de triagem dos elementos discursivos e simbólicos foram classificados segundo as variáveis que abarcavam desde o tipo do jazigo até as tipografias de impressão dos elementos lapidais. Por fim, relacionamos as classificações dos jazigos entre si a partir de sua disposição espacial dentro do cemitério, assim como pela temporalidade, quantidade de sepultamentos, tipo de sepultamentos, tipo de propriedade, elementos discursivos e iconográficos.