Esta dissertação investiga a relação entre linguagem e moralidade, propondo uma análise moral da linguagem a partir de uma perspectiva pragmática fundamentada nas filosofias de Friedrich Nietzsche e Ludwig Wittgenstein. A hipótese central é de que a moralidade não se restringe a termos axiológicos ou deontológicos, mas emerge de forma implícita nas proposições descritivas da linguagem ordinária, operando como uma força produtora de significados. A investigação desenvolve-se a partir de um exame propedêutico das perspectivas metafísico-ontológica, lógico-analítica e pragmática, visando situar as rupturas trazidas pelas abordagens nietzschiana e wittgensteiniana; Posteriormente, realizamos uma análise das contribuições de Nietzsche, destacando sua crítica à tradição filosófica ocidental e à função normativa da linguagem, que, ao cristalizar categorias morais, produz significados moldados por interesses sociais e históricos; e um estudo sobre Wittgenstein, enfocando os conceitos de jogos de linguagem, formas de vida e gramática, que deslocam a compreensão do significado das palavras para os contextos práticos de uso. A dissertação demonstra que, para ambos os filósofos, a moralidade não é um sistema transcendente de normas universais, mas uma práxis discursiva viva, continuamente moldada nas interações sociais. A partir dessa articulação, evidencia-se que a moralidade emerge subjacente às proposições descritivas, influenciando a percepção dos sujeitos e orientando a interpretação dos fatos sociais. Ao revelar essa dimensão normativa da linguagem, a pesquisa sugere que os significados linguísticos não são estáticos, mas constantemente negociados e reconfigurados pelos usos cotidianos. Conclui-se que a moralidade, sob uma perspectiva pragmática, constitui uma atividade discursiva dinâmica e relacional, com profundas implicações filosóficas para o entendimento da ética enquanto prática social e linguística.