Os diversos setores da economia demandam em diferentes escalas, a necessidade dos produtos da indústria da construção civil para implantação das suas infraestruturas, trazendo em consequência o aumento do consumo de concreto, por ser o material de construção mais utilizado no setor, tornando-se dessa maneira o maior consumidor de recursos naturais de todos os setores da economia. Justificando-se dessa maneira que pesquisas sejam desenvolvidas a fim de se conseguir melhor produtividade, rentabilidade e estudos em busca de agregados alternativos no setor. Neste contexto se insere o concreto autoadensável (CAA), apresentando alta fluidez, ausência de segregação, excelente trabalhabilidade e baixa permeabilidade, propriedades garantidas pela introdução de aditivos químicos e materiais finos. Visando contribuir com a expansão da tecnologia do CAA a presente pesquisa tem como proposta o desenvolvimento e otimização de dosagens do CAA, além da valorização de um subproduto agroindustrial derivado do processo de co-geração de energia nas usinas sucroalcooleiras, a cinza do bagaço de cana de açúcar (CBC). Os ensaios foram desenvolvidos buscando-se obter 3 traços de CAA para três fatores água/cimento (a/c) diferentes, utilizando percentuais de 10% e 20% de CBC em substituições parciais da areia. Os procedimentos metodológicos foram divididos em 4 partes, inicialmente na fase 1, realizou-se a caracterização dos agregados utilizados na pesquisa, cimento CPV ARI RS, areia, pedra britada, filer calcário, superplastificante GLENIUM 51 e CBC. Na Fase 2 foram feitos os ensaios da pasta, na qual determinou-se os 3 fatores a/c. Na Fase 3 estudou-se a argamassa, na qual foi feito a otimização do teor de argamassa para os 3 fatores a/c obtidos na pasta, resultados obtidos apontaram 60% como melhor teor a ser utilizado. Na fase 4 foram realizados ensaios buscando se determinar traços de CAA com e sem a utilização da CBC, os critérios adotados para verificação dos parâmetros de autoadensibidade foram determinados pela Norma ABNT NBR 15823:2010. Realizou-se também estudos do CAA no estado endurecido, por meio dos ensaios de resistência à compressão e resistência à tração por compressão diametral, dos quais possibilitaram elaborar curvas comportamentais relacionando os fatores a/c e as resistências à compressão determinadas nos ensaios dos corpos de provas, observou-se também nos resultados a relação entre o fator a/c e resistência à compressão, nos quais verifica-se que a medida que se aumenta o a/c, a resistência à compressão decresce. Os resultados finais obtidos possibilitaram confecção de Curvas de Dosagens, onde por meio das quais, é possível se obter novos traços de CAA para diferentes valores de resistências à compressão, compreendidos na faixas de intervalos abrangidos pelas curvas. As Curvas de Dosagens foram testadas de maneira que os traços desenvolvidos a partir delas atederam aos critérios de autoadensibilidade e resistências à compressão.