A poluição do ambiente tem despertado cada vez mais interesse científico e tecnológico, principalmente no que diz respeito à poluição de rios como consequência dos processos industriais. A cadeia produtiva da construção civil engloba setores que vão desde a extração da matéria prima até a execução da construção em si, sendo o setor que mais se destaca pela geração de empregos no Brasil. Neste contexto, com o crescimento da atividade de construção civil no Brasil, intensificou-se a produção de matéria-prima no setor e, consequentemente, a geração de efluentes líquidos industriais. Muitos efluentes são despejados nos rios sem o devido tratamento em consequência da ineficiência dos órgãos fiscalizadores do país. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa é qualificar e quantificar os efluentes líquidos industriais gerados por duas centrais de argamassa industrial situadas na região norte do Paraná, Brasil e verificar se obedecem às legislações vigentes no país. Para isso, foram realizadas análises de amostras de efluentes líquidos nas diferentes fases do processo industrial das centrais de argamassa industrializada, sendo avaliados os seguintes parâmetros: pH, condutividade, espectroscopia de impedância e espectrometria de absorção atômica. O despejo sem tratamento desses efluentes na rede coletora de esgoto doméstico ou nos corpos hídricos pode alterar suas propriedades devido ao seu pH elevado e a presença de elementos químicos poluentes, como metais pesados (chumbo, cádmio, cobre, entre outros). Foi possível constatar que o efluente gerado por ambas centrais não estão de acordo com as legislações nacionais. A primeira empresa analisada, além de possuir pH extremamente alcalino, ainda mostrou a presença, mesmo que em baixa quantidade, de elementos químicos como Cádmio, Cobre, Níquel, Chumbo e Cálcio, sendo que alguns deles se encontram muito próximo do limite superior estabelecido pela legislação vigente. Porém, no caso da primeira indústria estudada, o efluente gerado é totalmente reaproveitado ou reciclado dentro da própria empresa e portanto não existe poluição dos rios, cumprindo assim as normas ambientais vigentes desde que a empresa não mude sua política ambiental. Entretanto, os resultados obtidos mostram que, caso uma indústria igual a esta não tenha um processo eficaz de reciclagem e reutilização da água, pode contribuir consideravelmente com a poluição de corpos hídricos. Já a segunda central de argamassa, apesar de não apresentar elementos químicos em quantidade significativa de acordo com a legislação nacional, apresentou um pH muito elevado, estando portanto acima dos limites máximo estabelecido pela legislação. Uma vez que o efluente proveniente do processo industrial da segunda central, é despejado nos corpos hídricos, é necessária uma revisão no processo de tratamento atual utilizado afim de se adequar às normas nacionais.