Introdução: A Organização Mundial de Saúde faz previsão de que, no ano 2025, o Brasil será o sexto país no mundo em número de idosos. O rápido envelhecimento populacional, além de trazer mudanças no perfil demográfico, traz mudanças no perfil epidemiológico com o aumento das doenças crônico-degenerativas, principalmente as incapacitantes. Essa realidade é um grande problema de saúde pública. As políticas públicas voltadas para o idoso traz consigo a ideia de compartilhamento de responsabilidades com o envolvimento da família, da sociedade, da comunidade e do Estado. Em relação a família, essa responsabilidade é assumida pelo cuidador familiar que acaba assumindo, sozinho, a tarefa de cuidar do idoso dependente. Objetivo: Analisar os sentimentos do acompanhante em se tornar um potencial cuidador de pacientes idosos dependentes. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que envolve perspectivas complementares quando se pretende a aproximação a uma realidade com a finalidade de conhecê-la. Os sujeitos da pesquisa foram acompanhantes de pacientes idosos internados em um hospital escola e dependentes de cuidados. A coleta de dados deu-se por entrevista semiestruturada, não diretiva e audiogravada, a partir de uma questão norteadora: Qual o seu sentimento referente ao processo de cuidar de idosos internados após a alta hospitalar? A transcrição da entrevista foi feita na íntegra pela própria pesquisadora para, posteriormente, estabelecer as temáticas a serem analisadas. A Análise dos dados teve, como referencial metodológico, a análise de conteúdo proposta por Bardin, utilizando a modalidade temática. Os resultados apontam ao predomínio de cuidadores mulheres, com grau de parentesco de filhas, de meia idade e com grau de escolaridade de nível médio. Nas falas dos entrevistados emergiram três temáticas: Sentimento de solidariedade para cuidar; Sentimento de impotência para o cuidado e Sentimento da necessidade do apoio familiar. Considerações finais: Existe boa vontade para o cuidado na fase de acompanhamento, em que os familiares são considerados potenciais cuidadores. Acreditamos que mudanças às quais promovam melhor qualidade de vida para idosos dependentes e seus cuidadores devam ser feitas. Entendemos que ainda há omissão do Estado com políticas públicas que beneficiem de fato essas pessoas, como, por exemplo, a criação de uma rede de cuidados a idosos dependentes, maiores investimentos em educação para capacitação de cuidadores, suporte financeiro e educacional para a família, rotatividade de cuidadores entre profissionais para que os cuidados com o doente não fiquem a cargo apenas de um cuidador, dentre outros. Evidentemente, esse assunto não se esgota por aqui. Há de se pensar urgente na necessidade de maiores estudos, a fim de ajudar uma população que está envelhecendo e carece de cuidado. Por fim, esperamos ter contribuído com a reflexão a respeito do cuidado e ter proporcionado a possibilidade de novos diálogos e novas interações com a família e entre o cuidador formal e informal.