Introdução: A busca pela qualidade de vida vem sendo uma constante nas ações de saúde e, não obstante a isso, temos indivíduos com estomia e que estão em condição de vulnerabilidade emocional necessitando de um olhar mais integral. Objetivo: verificar compreender os sentimentos dos pacientes no pós-operatório de estomia, comparando-os com pacientes portadores de estomias que estão em acompanhamento no ambulatório de especialidades por mais de um ano. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa cuja coleta de dados foi feita no ambulatório de especialidades de um hospital público do interior do estado de São Paulo. Os sujeitos da pesquisa compuseram dois grupos: o primeiro se constituiu de pacientes que foram submetidos à estomia intestinal recente (igual ou inferior a um mês) e o segundo, de pacientes estomizados intestinais tardios (mais de um ano em acompanhamento ambulatorial). Os dados dos pacientes recém estomizados foram colhidos no hospital e em domicílio e dos tardios, somente nos domicílios. O termo de consentimento livre e esclarecido foi assinado pelos dois grupos de pacientes que fizeram parte da pesquisa, sendo orientados sobre o seu propósito. A coleta de dados foi feita pelo próprio pesquisador por meio de entrevista semiestruturada e áudiogravada, com uma questão norteadora: Quais são os seus sentimentos em ser um portador de estomia, considerando esta nova situação de vida? A análise dos dados foi feita, utilizando a análise de conteúdo proposta por Bardin, na modalidade temática. Resultados: a análise nos proporcionou o estabelecimento de duas temáticas: a primeira, sentimentos de adaptação ao novo estilo de vida, relatados pelos entrevistados, como conformismo, mudanças de pensamentos, naturalidade, não estar incomodado, não ser um problema significativo, dentre outros e a segunda, sentimentos de indignação, como não orientação, falta de profissionalismo, desconhecimento da cirurgia, sensação de impotência frente à mudança, falta de conhecimento e de habilidade dos profissionais, desumanização, preconceito etc... . Conclusão: verificam-se, nas falas dos participantes recentes e tardios, sentimentos de negação, barganha e aceitação da estomia, além de privação do convívio social, alteração na imagem corporal e falta de políticas públicas que asseguram a minimização desses sofrimentos.