O presente trabalho refere-se a uma pesquisa realizada na cidade de Londrina, objetivando a análise dos usos dos serviços do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina – HU/UEL – e sua abrangência geoespacial, definida na escala da 17ª Regional de Saúde, no período de 2000 à 2013. Pretende-se ainda, caracterizar a rede de serviços de saúde existente nesta região e a utilização da mesma, através da identificação dos fluxos de utilização, do acesso aos usuários dos serviços de saúde prestados por pacientes dos municípios da Regional de Saúde onde está inserido o referido HU, assim como também fora dela, por serviços de saúde na área médica/hospitalar e o motivo pela busca dos mesmos. Buscou-se ainda, compreender como ocorreu o processo de formação dos serviços de saúde em Londrina e consequentemente a sua espacialização, assim como identificar o raio de atendimento da saúde pública em Londrina, procurando identificar a relação prefeitura – Sistema Único de Saúde, através dos convênios e a hierarquia de serviços hospitalares e atendimento pelo SUS. Para a realização do presente estudo utilizou-se a perspectiva metodológica de Gerhardt (2000) que apresenta três níveis de análise: o primeiro é formado por uma análise dos diferentes aspectos do contexto da área estudada – Londrina. No segundo, foi realizada uma descrição e análise da situação dos serviços de saúde das cidades de Londrina e dos municípios pertencentes à 17ª Regional de Saúde do Paraná, demonstrando o perfil socioeconômico e demográfico, as políticas públicas de saúde vigentes, o perfil epidemiológico e a rede de serviços de saúde de Londrina. Por fim, o terceiro compreendeu a descrição e a análise do processo de utilização dos serviços de saúde dos HUs, os fluxos e acesso dos usuários assim como os motivos da procura por estes serviços. Dentre os motivos que explicam as razões pelas quais as pessoas buscam os serviços do HU está o fato deste hospital possuir um serviço de emergência com profissionais qualificados em diversas áreas clínicas, cirúrgicas e traumáticas, uma alternativa para a solução dos problemas de saúde que não foram resolvidos pela rede básica de menor complexidade. Outras são a facilidade na acessibilidade, o funcionamento dia a noite ininterruptos, a dificuldade de buscar diretamente os serviços ambulatoriais e de especialidades e ainda a pressa para a resolubilidade de seus sintomas. A pesquisa geográfica tem um importante papel na promoção da saúde, estudando a distribuição dos agravos, dos equipamentos prestadores de serviço, e, principalmente, fornecendo uma visão sintética das diversas variáveis que intervêm no assunto. Por fim, a Geografia da Saúde contribui significativamente para o entendimento da complexidade urbana das cidades brasileiras, as quais apresentam objetos de estudo ainda não pesquisados e, mesmo pesquisas, já realizadas, apresentam, a cada dia, novos elementos de análise.