Objetivos: Identificar possíveis fatores de morbimortalidade em pacientes idosos vítimas de fratura do quadril, atendidos em hospital público e privado. Métodos: Estudo coorte, prospectivo, quali-quantitativo, em idosos vitimas de fratura de quadril, avaliados comparativamente em hospital público e privado. Os indivíduos foram operados entre novembro de 2012 e agosto de 2013 e avaliados quanto a presença fatores de risco de morbimortalidade (idade, gênero, estado funcional, estado cognitivo, classificação da Sociedade Americana de Anestesiologia - ASA, comorbidade, tipo de fratura e tempo de espera pela cirurgia). Foi realizada a avaliação do estado mental (SPMSQ), avaliação do estado funcional com o escore de reestabelecimento funcional (ERF) e avaliação pré-operatória com ASA. Todas as variáveis foram submetidas à análise estatística e considerou-se p<0,05. Resultados: Foram 71 idosos avaliados. A média de idade foi de 83,1 anos no hospital privado (72 a 97 anos) e 76,5 anos no hospital público (65 a 97 anos). Observou-se em amos hospitais que o perfil do idoso com a lesão do quadril foi predominante do gênero feminino, com presença de comorbidades, uso de medicação contínua e vitima de fratura transtrocanteriana. O mecanismo mais prevalente de fratura foi à queda, no próprio domicílio, no quarto e durante o período da manhã. O ASA (p=0,008), a presença de comorbidades (p=0,02), o déficit cognitivo (p=0,01), o estado funcional (p=0,01) e a demora em realizar a cirurgia (p=0,034) estão relacionados com a mortalidade excessiva no idoso com fratura do quadril. Outros fatores como idade (p=0,59), gênero (p=0,26) e tipo de fratura (0,63) não tiveram influência na morbimortalidade. Os idosos atendidos em hospital privado foram seis anos mais velhos (p=0,0016), tiveram 50 mais comorbidades (p<0,001), ASA mais elevado (p<0,001) e foram operados mais precocemente (p<0,001), em comparação com a amostra do hospital público. Em relação aos outras variáveis como gênero (p=0,09), estado cognitivo (p=0,30), estado funcional (p=0,36) e tipo de fratura (p=0,44), a diferença entre as duas amostras não tiveram significância estatística. A taxa de mortalidade no ambiente privado foi de 17,2% e no público, 14,3%. Conclusão: Cinco fatores de risco apresentaram relação com a mortalidade excessiva: o ASA, a presença de comorbidades, o estado cognitivo, o estado funcional e o tempo de latência prolongado. Os idosos cuidados em hospital privado eram mais velhos, tiveram mais comorbidades, maior pontuação da classificação ASA e foram operados mais rapidamente.