Na presente pesquisa, fizemos uma discussão e reflexão das relações de poder, o Estado e o capital nos processos de des-re-territorialização, no espaço rural da Microrregião Geográfica de Campo Mourão - PR. Nessa perspectiva, estabelecemos as contribuições analíticas e conceituais com a experimentação empírica para a leitura dos territórios. Assim, nossa reflexão se estendeu ao processo de territorialização movido pela colonização, na qual havia grande interesse do Estado com a venda das terras para povoar as áreas de matas, ocupar com culturas e uso de técnicas mais avançadas, para o desenvolvimento econômico. Também discutimos o processo de desterritorialização movido pelo avanço das relações capitalistas no campo, sobretudo a partir da década de 1970. Neste período, as pequenas propriedades foram se incorporando às médias e grandes propriedades, ocasionando a (re) estruturação fundiária, bem como a expropriação e expulsão de milhares de trabalhadores rurais, ou seja, a desterritorialização da população rural. Igualmente, abordamos as novas e velhas territorialidades que surgem provocadas pela modernização da agricultura. Desse modo, simultaneamente à desterritorialização, há a reterritorialização, que condicionam mutuamente e resultam da energia de trabalho, um movimento dialético de continuidade e descontinuidade. Em suma, estudamos as territorialidades das cooperativas de produção agropecuária e de agricultura familiar, das agroindústrias, das associações de pequenos produtores rurais, de assentamentos e acampamentos vinculados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, bem como das vilas rurais. Foi nessa perspectiva, que centramos nossos desdobramentos teórico-metodológicos para análise e interpretação dos processos de des-re-territorialização, na região. Os resultados da pesquisa da tese indicaram a existência de dois territórios, o de luta e o do capital.