Introdução: A longevidade é, sem dúvida, um triunfo e podemos notar muitas diferenças entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Enquanto, nos primeiros, o envelhecimento ocorreu associado às melhorias nas condições gerais de vida, nos outros, esse processo acontece de forma rápida, sem tempo para uma reorganização adequada da área social e da saúde para atender às novas demandas emergentes. Para o ano de 2050, a expectativa no Brasil, bem como em todo o mundo, é de que existirão mais idosos que crianças abaixo de 15 anos, fenômeno esse nunca antes observado. Objetivo: Analisar aspectos demográficos relacionados à prescrição, dispensação, utilização, adesão e armazenamento de medicamentos pelos idosos atendidos pela Estratégia da Saúde da Família de um município de médio porte. Métodos: Estudo observacional descritivo transversal, realizado entre julho a dezembro de 2013, com a participação de 114 idosos adstritos em oito unidades do programa Saúde da Família do município de Marília. Os dados foram coletados inicialmente do prontuário, após a consulta dos idosos na unidade de saúde, e através de entrevista durante a visita ao domicílio do idoso, 7 a 10 dias após. Utilizou-se um roteiro previamente estruturado. Foram analisadas variáveis sócio demográficas, motivo da consulta na Unidade e os diagnósticos referidos, assim como os medicamentos prescritos, dispensados, utilizados e o grau de adesão. O padrão de prescrição e adequação foram avaliados utilizando os critérios da Organização Mundial da Saúde, assim como os Critérios de Beers-Fick. Resultados: Houve predomínio de mulheres, brancas, com idade entre 60 e 69 anos, vivendo sós ou com familiares, com baixa escolaridade, com renda inferior a dois salários mínimos e sem plano de saúde suplementar. Os principais motivos da consulta médica, foram sintomas relacionados ao Sistema Osteoarticular, principalmente dor, ao Sistema Cardiovascular e do Trato Respiratório, sendo que um terço dos idosos, apresentou mais de um motivo para a consulta. Os medicamentos mais prescritos foram os do Aparelho Cardiovascular, do Sistema Digestivo, do Sistema Endócrino e do Sistema Nervoso Central, sobretudo os antidepressivos. Os idosos utilizaram em média 4,9 medicamentos, 14,2% dos medicamentos foram prescritos pelo nome comercial e 11,6% são considerados potencialmente inapropriados para idosos. Baixa adesão ao tratamento foi identificada em 40,3% dos idosos. Dos medicamentos prescritos 81,5% foi dispensado pela própria unidade ou por outros serviços públicos e 83,8% dos medicamentos prescritos, foram utilizados. No domicílio, 69,4% do medicamentos, estava armazenado no armário ou gaveta da cozinha. Considerações Finais: De maneira geral, a prescrição de medicamentos aos idosos em Marília pode ser considerada efetiva, o que traz aos idosos uma oportunidade no controle das doenças agudas e principalmente crônicas, contribuindo para o aumento da longevidade e da qualidade de vida.