Esta tese teve como objetivo verificar o impacto socioeconômico, sofrido pelas pequenas propriedades agrícolas associadas, em consequência dos novos arranjos institucionais adotados pelo sistema cooperativista do norte do Paraná. Para sustentação do estudo utilizouse como referência empírica a cooperativa Cocamar Agroindustrial, com sede na cidade de Maringá. Foram adotadas fontes múltiplas de evidência, buscando condições de uso das técnicas de triangulação. Os dados primários foram obtidos mediante entrevista semiestruturada com 35 pequenos produtores associados. As propriedades dos associados estão localizadas em nove municípios paranaenses, onde se encontram unidades operacionais da cooperativa, bem como observação direta. Os dados secundários foram coletados mediante análise de relatórios sobre o cooperativismo agroindustrial e mais, especificamente, sobre a Cocamar, além de informativos de órgãos ligados ao setor agrícola. O tratamento dos dados foi realizado mediante análise documental e análise de conteúdo para posterior fundamentação nas entrevistas realizadas. Os dados apontam para a figura de um pequeno agricultor capitalista, com propriedades de no máximo 50 ha e que atua basicamente com os produtos soja, milho e laranja. Estes produtores dispõem dos implementos agrícolas necessários para todo processo produtivo, realiza contratação de mão de obra temporária e/ou permanente, uma vez que a família não atua na propriedade, investe em tecnologia de produção e realiza arrendamento de terras a fim de ampliar sua produtividade, e demonstra acúmulo de capital obtido por meio do lucro gerado na comercialização de seus produtos. No âmbito social, os produtores vivem em casas de alvenaria, nos municípios próximos as propriedades agrícolas, possuem automóveis e executam atividades físicas e sociais visando à melhoria da qualidade de vida. Embora, haja posicionamentos divergentes quanto ao papel da cooperativa no crescimento socioeconômico destes associados, a maioria acredita que não teria as mesmas condições econômicas se não estivessem ligado ao setor cooperativista, uma vez que ele ofereceu, além da melhoria no processo de comercialização, a assistência técnica e acesso às novas tecnologias que proporcionaram aumento da produtividade. Os pequenos agricultores afirmam que o desenvolvimento da cooperativa ocorreu junto com o desenvolvimento do próprio associado e que, este atende a todos os atores sociais participantes do sistema (governo, colaboradores, dirigentes e agricultores). Portanto, conclui-se que os arranjos adotados pela cooperativa impactaram no desenvolvimento socioeconômico dos seus associados.