Manipuladores de alimentos devem ser treinados sobre Boas Práticas enquanto abordagem preventiva para reduzir o risco de contaminação de alimentos. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o impacto de treinamentos sobre Boas Práticas no conhecimento e prática de manipuladores e nas condições de manipulação no restaurante universitário da Universidade Federal de Viçosa – Campus Rio Paranaíba. Questionários foram utilizados para avaliar as características socioeconômicas e o nível de conhecimento dos manipuladores. Além disso, uma lista de verificação e análises microbiológicas foram utilizadas para avaliar as condições higiênico-sanitárias do restaurante. Os treinamentos foram realizados uma vez por semana, com duração de uma hora, durante 10 semanas consecutivas, usando estratégias com menos leitura. O nível de conhecimento, as práticas e as condições higiênico-sanitárias foram avaliados antes do primeiro treinamento e depois do último treinamento. Experiência e nível de escolaridade não apresentaram correlação com o nível de conhecimento. A média de respostas corretas no questionário aumentou de 13,88 ± 4,05 para 18,00 ± 1,20 (p < 0,05) e em geral 9 de 10 práticas tornaram-se adequadas. Em relação às condições higiênicosanitárias, a taxa geral de adesão aumentou de 43% para 53%. Após a capacitação, 100% das amostras de mãos de manipuladores apresentaram contagem satisfatória de bactérias aeróbias mesófilas, ausência de Staphylococcus coagulase positiva e diminuição de coliformes totais. Contudo, em 25% das amostras de mãos houve presença de coliformes termotolerantes. Nenhuma das superfícies avaliadas (bancada, tábua de corte e faca de corte) alcançaram adequação para todos os parâmetros microbiológicos utilizados. A capacitação foi eficaz para melhorar conhecimento e práticas de manipuladores mas não foi eficaz para mudar as condições higiênico-sanitárias, que se mantiveram insuficientes.