Introdução: A investigação da depressão na oncologia tem sido um desafio, pois muitos dos sintomas de depressão se confundem com os do câncer, tornando seu diagnóstico complexo. A escolha terapêutica de antidepressivos, deve levar em consideração o risco de interações medicamentosas com os antineoplásicos. Objetivos: Avaliar como são abordados casos de depressão nas mulheres com câncer de mama, em uso de Tamoxifeno, entre os oncologistas, mastologistas e psiquiatras de um hospital público terciário de Brasília-DF. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, realizado em duas amostras de conveniência, uma de 33 médicos e outra de 30 pacientes do referido hospital. Foram analisadas variáveis sócio-demográficas, clínicas e terapêuticas de cada grupo entre as amostras. Os dados foram coletados por três pesquisadoras, de forma independente, através de questionários elaborados pelas pesquisadoras e testados, tabulados em planilhas do programa Microsoft Excel e analisados estatisticamente pelo teste exato de Fischer. Resultados: Entre oncologistas e mastologistas, 75% não investigam sintomas psíquicos nestas pacientes, por falta de tempo durante a consulta. Entre os psiquiatras, 75% não tiveram experiências práticas com pacientes oncológicas em uso de tamoxifeno. Aproximadamente 71% dos oncologistas e mastologistas, optam por prescrever antidepressivo, se encontram sintomas depressivos, mesmo que não façam investigação ativa de depressão e não chegam a encaminhar para o psiquiatra. A venlafaxina foi o antidepressivo de escolha pelos médicos das três especialidades, sem haver diferença significativa entre os grupos. As pacientes raramente relatam seus sintomas psíquicos, preferem buscar ajuda na religião e demontraram resistência em fazer tratamento psiquiátrico. Conclusões: A depressão ainda é pouco investigada por não psiquiatras. Os médicos dos três grupos revelaram conhecimento científico atualizado quanto ao risco de interação medicamentosa prejudicial entre tamoxifeno e antidepressivos fortemente inibidores da enzima CYP 2D6. Venlafaxina e Escitalopram foram os mais escolhidos entre os antidepressivos.