A presente dissertação tem o objetivo de analisar, à luz da "sociedade do espetáculo" e do conceito do capital imaterial, a utilização da noção de "sustentabilidade" como ativo econômico pelas grandes corporações. Recentemente, com a valoração social de ações que contribuem para a preservação do meio-ambiente, muitas empresas têm divulgado nos veículos de comunicação, práticas supostamente empenhadas com a causa ecológica. Quando se diz supostamente, afirma-se que algumas das reportagens publicadas por respeitáveis veículos de imprensa, para não falar das campanhas publicitárias, promovem imagens positivas dos clientes, compassadas com a preservação da natureza - e às vezes absolutamente falsas. Há - eis o argumento desta proposição - um simulacro de sustentabilidade, destinado, exclusivamente, a dar a grandes corporações -responsáveis por esgotar os recursos do planeta e poluí-lo- uma "boa imagem" pública, adequada ao espetáculo das mídias. Na atual "era da informação" (termo utilizado por Castells em algumas de suas obras), praticar "maquiagem verde" - "Greenwashing" - ou simulacros, em lugar de manter uma prática de fato sustentável, pode desvalorizar os ativos da empresa e reduzir lucros, ou ainda se transformar em caos e perdas efetivas, em caso de descoberta do simulacro. Ao longo deste processo, haverá constante diálogo com alguns autores relevantes da área de Comunicação e das Ciências Sociais, tais como Guy Debord, Jean Baudrillard, Milton Santos, Manuel Castells, Karl Marx, André Gorz e Cláudio Coelho, que servirão de suporte teórico.