A praça, quanto espaço público, deve se apresentar de forma compatível com a demanda existente na cidade e também com qualidade e acessibilidade. Nota-se a importância da realização de estudos voltados para a praça pública, diante disso, o objetivo geral do trabalho foi avaliar as praças centrais de Campo Mourão-PR nos quesitos acessibilidade, vegetação e mobiliários. As praças centrais São José, Getúlio Vargas e Bento Munhoz da Rocha Neto, foram escolhidas pela sua localização e facilidade de acesso.Para isso, foi utilizado o método adaptado deDe Angelis, que permite levantar, cadastrar, diagnosticar e avaliar as praças públicas, a partir de dois enfoques: a praça enquanto estrutura física e a praça vista pela população. A metodologia utilizada caracterizou-sepela realização de levantamento qualiquantitativo do mobiliário, estruturase equipamento, levantamento qualiquantitativo da arborização e foi diagnósticode inconsistências nas praças de estudo em relação à ABNT NBR 9050:2015. Para entender como a praça é inserida no meio urbano, foi realizado também entrevistas com a população para conhecer quem são seus usuários e quais as opiniões dos citadinos sobre elas. Chegou-se então, às seguintes constatações: em relação ao mobiliário, há escassez de alguns itens como bancos e lixeiras. Pela avaliação qualitativa, é possível concluir que limpeza, segurança, mobiliários como bancos e lixeiras, são os que receberam menores notas em todas as praças, isso influencia diretamente a maneira com que os citadinos vão frequentar esses locais. A Praça Bento Munhoz é a que apresenta pior situação, com sua infraestrutura precária. O levantamento quantitativo da vegetação mostrou que há 95 espécimes na Praça São José, distribuídas em oito espécies. A espécie P. pluviosa var.peltophoroidescompõe quase 33% das espécies presentes nesta praça. Na Praça Getúlio Vargas foram encontrados 273 indivíduos arbóreos, distribuídos em 15 espécies. L. indica compõe a maior parte da população, perfazendo 23,9%. Há a presença de Pinus sp. considerada uma espécies exótica invasora. Na Praça Bento Munhoz foram encontrados 187 indivíduos, distribuídos em 16 espécies. A espécie com maior número de indivíduos foi P. pluviosavar.peltophoroides, seguida das espécies H. heptaphyllus, A. angustifoliae H.chrysotrichus. Também há a presença de uma éxotica invasora, L. lucidum. O diagnóstico qualitativo da vegetação mostrou interferência de raízes no calçamento, principalmente na Praça Bento Munhoz. Em relação à acessibilidade, as calçadas e mobiliários respeitam a ABNT NBR 9050 (2015) nas praças São José e Getúlio Vargas, porém não há nenhuma sinalização tátil. A Praça Bento Munhoz apresentou uma avaliação ruim nos quesitos calçadas e mobiliários, e não possuía sinalização. Das entrevistas realizadas, 192 no total, 64% visitam alguma das praças centrais, usuários, em sua maioria, de 20 a 39 anos. Os entrevistados solicitaram melhorias e foram levantados itens faltantes nas praças, como atrativos, segurança, quadras esportivas, banheiros e bebedouros. Das opiniões positivas, a São José é a que recebe maior destaque.A falta de tempo e até mesmo de costume acabam impedindo inúmeras pessoas de visitar esses locais, além da falta de atrativo e segurança. Ao relacionar o que foi obtido com os levantamentos de mobiliários, estruturas, equipamentos e vegetação, percebe-se o que itens que estavam depredados ou em falta, e os itens que receberam uma avaliação qualitativa ruim, são os que foram mais criticados também pela população. Desse modo, o presente estudo e seus resultados servem de subsídios para outros estudos relacionados às praças e contribui com informações concretas para que os gestores públicos possam intervir positivamente nestes espaços públicos.