Introdução: Paralelamente ao processo de transição demográfica mundial, tem sido observada uma transição epidemiológica, em que se verifica um declínio no índice de doenças infectocontagiosas como causa de morte e o aumento na prevalência de doenças crônicas não transmissíveis nos idosos, entre esses comprometimentos, encontra-se o declínio cognitivo. Objetivos: 1º) Analisar os enfoques abordados em publicações científicas acerca do processo de envelhecimento e estado cognitivo de idosos e 2º) Verificar a associação entre cognição e variáveis sociodemográficas e clínicas de idosos. Método: Para responder o primeiro objetivo realizou-se uma revisão integrativa por meio de artigos indexados em Lilacs/Bireme, Ibecs e Medline, com ênfase nos últimos cinco anos, nos idiomas inglês, português e espanhol, utilizando-se os descritores: “Cognição”, “Envelhecimento” e “Saúde do idoso”. E, como resposta ao segundo objetivo foi feito um estudo transversal descritivo com a participação de idosos atendidos na Escola de Avós da Ceilândia – DF por meio de um questionário com variáveis sociodemográficas e aspectos clínicos. Para identificação de déficit cognitivo foi utilizado o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) de Folstein. Resultados: 1º) Observou-se que o envelhecimento é acompanhado por uma diminuição de habilidades mentais, porém existe considerável heterogeneidade cognitiva, com alguns indivíduos apresentando mínima ou nenhuma diminuição. 2º) A maioria dos idosos era do sexo feminino (75,9%), faixa etária de 70 a 79 anos (55,1%), casado/união consensual (48,3%), analfabetos e com baixa escolaridade (63,8%), aposentados (34,5%), com renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos (69%). Hipertensão arterial foi a morbidade mais referida (74,1%), seguida de doenças osteoarticulares (29,3%) e diabetes (25,9%). Conclusão: 1º) O envelhecimento está intrinsecamente ligado à perda das funções cognitivas, mas idosos com manutenção da qualidade das atividades de vida diária tendem a manter preservado o desempenho cognitivo por mais tempo; 2º) A escolaridade é um dos fatores mais consolidados e descritos quando associados ao desempenho no MEEM. A análise demonstrou relação significativa (p= 0,036) entre as variáveis “cognição” e “anos de estudo”. Com o envelhecimento da população fazem-se necessárias medidas de intervenção para identificar precocemente morbidades e déficit cognitivo, na tentativa de diminuir ou retardar as perdas funcionais e de autonomia dessa população.