Introdução: Os vírus da dengue , pertencentes ao gênero Flavivirus e à família
Flaviviridae, são os agentes etiológicos da febre da dengue. Esses vírus são
divididos em quatro sorotipos sendo de (1 a 4) , os quais, por sua vez,
apresentam variabilidade intrasorotípica, e são transmitidos por fêmeas de
mosquitos do gênero Aedes, principalmente o Aedes Aegypti, oriundo dos
países da África, pela rota homem-mosquito-homem, após a ingestão de
sangue infectado. A FD e outras manifestações clínicas mais graves da
doença, como a FHD e a síndrome do choque sistêmico SCD, vêm
aumentando no Brasil, seguindo a dispersão e proliferação do mosquito vetor e
a co-circulação e substituição dos sorotipos de DENV. No Estado de São
Paulo, as cidades de médio e pequeno porte localizadas no interior, como por
exemplo, a cidade de Marília onde o estudo foi realizado, vem sendo
acometidas por epidemias de grandes proporções. Apesar disso, os estudos
epidemiológicos das doenças causadas pelo DENV em cidades de médio e
pequeno porte do Estado ainda são escassos. Objetivo: Esse estudo teve por
objetivo apresentar os fatores demográficos envolvidos nas epidemias de
DENV da cidade de Marília-SP, durante os anos de 2000 a 2015. Método:
utilizando-se o método quantitativo, do tipo observacional descritivo, transversal
retrospectivo foi coletado os dados na base de dados de notificação do SINAM
e organizados em planilhas no programa EXCEL. A análise dos dados
constantes nas tabelas foi realizada com utilização dos dicionários do SINAN
NET geral e específico para notificação de FD. Foram incluídos no estudo os
indivíduos que realizaram exame laboratorial para o diagnóstico de DENV e os
resultados foram correlacionados por ano, sexo e idade. Para os cálculos da
incidência de febre da dengue foi utilizado o senso populacional da cidade de
Marília, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no
ano de 2010, onde a população foi distribuída por sexo e idade. Resultados:
Os resultados obtidos indicam que as epidemias de dengue ocorrem em
intervalos de aproximadamente dois anos e que a população adulta é a mais
acometida. Nas últimas epidemias de DENV ocorridas após 2007, a incidência
de DENV foi maior na população com mais de 45 anos, tanto masculina quanto
feminina. A investigação da evolução das epidemias de DENV poderá auxiliar
na previsão da população, permitindo seu manejo de forma mais efetiva.
Conclusão: O presente estudo mostrou o período de notificação da dengue e
a evolução da doença, as características epidemiológicas, a qualidade de
notificação através do SINAN, demonstrando a possibilidade de traçar uma
estratégia para prevenção e controle de epidemias que estava associada aos
sorotipos na região de Marília, possibilitando ações de vigilância significantes.
Palavras-chaves: Dengue. Epidemias. Sistemas de informação em saúde.