Práticas alimentares inadequadas desde os primeiros anos de vida propiciam o desenvolvimento futuro de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que, vêm ocorrendo de maneira progressiva e precoce. O Ministério da Saúde (MS), com propósito de promover hábitos alimentares saudáveis junto à população brasileira, vem elaborando políticas e programas que orientam quanto às práticas saudáveis de alimentação desde a infância, configurando-se em importantes ações de educação alimentar e nutricional, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Entretanto, viabilizar as prescrições dos guias alimentares é tarefa desafiadora para as equipes de saúde, uma vez que o processo alimentar envolve, além dos aspectos biológicos, os sociais, culturais, econômicos e religiosos, tornando-se ainda mais evidentes quando dirigidos aos menores de dois anos, pela necessidade de ampla orientação de pais, familiares e cuidadores, modelos de hábitos e atitudes para a criança. Este estudo, de abordagem quali-quantitativa, visou elaborar e validar uma estratégia educacional sobre alimentação saudável para crianças menores de dois anos, orientada a mães e cuidadores. O material produzido constou de três módulos e três folderes, com conteúdos norteadores do processo alimentar específico para as faixas etárias de zero a seis meses, de seis a 12 meses e de 12 a 24 meses, embasados nos guias alimentares do MS. Para sua validação empregou-se a técnica da conferência de consenso junto a sete especialistas, envolvendo duas etapas. Na primeira, de avaliação individual, os itens analisados por eles foram considerados importantes e consensuais, porém, as médias e desvios-padrão em alguns itens ficaram limítrofes ao critério de corte adotado. Após readequação do material produzido, transcorreu-se a segunda etapa, com reunião presencial dos especialistas, em que todos os itens avaliados atingiram grau de importância e nível de consenso elevados, prescindindo-se da terceira etapa, por sugestão dos especialistas, alcançando-se, assim, a validação da estratégia educacional. Espera-se que essa proposta contribua para o fortalecimento das políticas públicas de alimentação e nutrição, por meio de sua implementação junto às ações de saúde das equipes da atenção básica, oportunizando a formação de hábito alimentar saudável das crianças, o qual repercutirá em melhor qualidade de vida, reduzindo os fatores de riscos para as DCNT.
Palavras-chave: Nutrição do lactente. Cuidado da criança. Nutrição em saúde pública. Educação em saúde. Doença crônica. Fatores de risco. Materiais educativos e de divulgação.