Neste trabalho, analisa-se o ensino de geografia no ensino médio com foco na prática docente e nas possibilidades apontadas por esta, que viabilizem uma formação humana crítica, tendo como foco a prática docente e seu desdobramento em uma escola da rede estadual de ensino no município de Pau dos Ferros/RN. Tal objetivo justifica-se em função da necessidade de um ensino que contribua para a criticidade discente, no contexto da contemporaneidade, e pela grande expressão e aceleração do meio técnico-científico-informacional, a partir dos anos 80. Contexto esse que coincide com o surgimento da renovação da geografia crítica no Brasil, propiciando inúmeras mudanças no campo teórico-metodológico desta área. Para a consolidação do objetivo aqui proposto, este trabalho apoia-se na discussão de autores que posicionam-se criticamente acerca do ensino de Geografia na contemporaneidade considerando implicâncias da teoria miltoniana acerca do meio técnico-científico-informacional na prática docente. Metodologicamente, faz-se uso de uma abordagem qualitativa, acrescida de instrumentos como observações de aulas dos professores de geografia do 1º, 2º e 3º anos, bem como questionários com questões abertas destinados aos docentes, além de registros, em diários de campo, acerca de posicionamentos de discentes das turmas analisadas. Após a culminância deste trabalho, percebe-se que o ensino de Geografia, na escola, cotidianamente, enfrenta o desafio de ser crítico e atrativo, e que as dificuldades docentes com essa área de conhecimento ainda são evidentes. As estratégias de ensino utilizadas pelo professor de geografia, em sala de aula, ainda estão assentadas em trabalhos reduzidos aos livros didáticos, com pouca dinamicidade, não atraindo os alunos, cuja memorização e descrição aproximam essa disciplina de uma perspectiva tradicional. O que se presencia, na escola, majoritariamente, é a reprodução de informações e conteúdos enfadonhamente cansativos, com pouca criticidade, ao ponto de pouco mobilizar a inquietude dos alunos, em que o movimento dialético dinâmico da prática docente é esvaziado.