Esta pesquisa investiga quais os sentidos que os professores de filosofia atribuem a sua prática docente. Pesquisar sobre esses sentidos é importante porque esta é uma das facetas que compõem a conjuntura do ensinar filosofia no Ensino Médio, hoje. Ora, toda atividade de docência é perpassada por significados subjetivos e objetivos que são mais ou menos determinantes em sua execução. Assim sendo, ao buscar os sentidos que esses professores dão à sua prática, também se está buscando que visões eles têm sobre os diversos componentes da prática docente.Deste modo, encontrar esses sentidos pode auxiliar na revisão dos parâmetros formativos dos cursos, ajudar a rever os métodos de ensino e até mesmo o próprio ensinar filosofia no Ensino Médio.Para tanto, dedicar-se-á, de forma específica, a analisar fenomenologicamente a concepção que o professor tem sobre o conceito de Filosofia e se ele está relacionado ao ensino; analisar quais objetivos os professores atribuem ao ensino de Filosofia; descrever quais conteúdos e como são ministrados por ele; investigar como ele percebe seu alunado; analisar que percepção ele possui de si mesmo enquanto docente; e, analisar qual sentido o professor de Filosofia atribui a sua docência.Desse modo, a pesquisa, primeiramente, buscou contextualizar historicamente a situação da filosofia, enquanto disciplina, na escola secundária brasileira, com o auxílio dos estudos de Alves (2002) e Horn (2000), para então se ater a descrever a sua atual situação e os desafios relacionados à prática docente dessa disciplina, tomando como referências principais os Documentos Oficiais sobre o ensino de filosofia (BRASIL, 1999, 2002, 2006, 2012) e o pensamento de Rodrigo (2009). Optou-se, nesta pesquisa qualitativa, pela abordagem fenomenológica e pelo Método Fenomenológico Empírico, para tanto tomando como referencial as obras de Husserl (2006, 2012, 2013, 1014, 2015) e Giorgi (2014). Como instrumento de coleta de dados escolheu-se a entrevista semiestruturada (MAY, 2004; RICHARDSON, 1999; MICHEL, 1999). Foram entrevistados cinco professores de escolas estaduais da IX Diretoria Regional de Educação e Cultura (DIREC) da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEEC) do Rio Grande do Norte. A partir de seus relatos, foi possível analisar as percepções acerca do conceito de filosofia e como ele está relacionado ao ensino; dos objetivos do ensino de filosofia; dos conteúdos e metodologias; do alunado; e acerca de si mesmo enquanto docente. Essas facetas componentes do ensino foram eleitas de modo que seu conjunto traduzisse qual sentido o professor de filosofia atribui a sua docência. Esta pesquisa concluiu que o sentido do ensino de filosofia consiste no desenvolvimento do pensamento crítico e na formação humana para a vida em sociedade e que esse sentido está relacionado ao tipo de filosofia que se escolhe para ensinar, aos objetivos, aos métodos e até mesmo à percepção que se constrói sobre o aluno e sobre o próprio professor.