O recorte espacial da presente pesquisa engloba uma área de 2.930 km², localizada no Centro-Norte Paranaense, área abrangida pelas cartas topográficas de Rio Bom, Mauá da Serra, Faxinal e Bairro dos França, na escala de 1:50.000. A área encontra-se na transição do Segundo para o Terceiro Planalto Paranaense, em uma das bordas planálticas da Bacia Sedimentar do Paraná, denominada regionalmente como Serra do Cadeado. O objetivo principal desta pesquisa foi analisar e caracterizar a gênese das superfícies geomorfológicas da área de estudo e verificar as implicações das deformações crustais na evolução do relevo regional, levando em consideração os aspectos paleoclimáticos e tectonoestruturais que influenciaram a modelagem do relevo atual. A metodologia utilizada interligou informações obtidas através de mapeamentos geomorfológicos, geológicos e estruturais, as construções de perfis topográficos e litológicos, análises morfométricas da drenagem e do relevo a partir de dados de radar SRTM, associadas a visitas in loco. Em campo foram checadas as feições geomorfológicas já observadas anteriormente pelas fotografias aéreas, sendo essas caracterizadas e descritas juntamente com as formações geológicas que embasam a área de estudo e ainda os depósitos sedimentares inconsolidados. Como resultado da pesquisa, foram mapeadas cinco superfícies geomorfológicas, as quais apresentam-se escalonadas e com mais de uma litologia em seu domínio, caracterizando-se como superfícies estruturais, cuja gênese está vinculada às geoestruturas locais, como o Alto Estrutural Mauá da Serra, de feição dômica, parcialmente erodido e vinculado a um lacólito de grande extensão. Cada uma dessas superfícies geomorfológicas apresenta depósitos cenozoicos com características diferentes, em seus aspectos estruturais e texturais, o que denota variações do ambiente gerador. O isolamento do Alto Estrutural de Mauá da Serra em relação aos relevos cuestiformes da Serra Geral, ao norte e ao sul, se deu a partir dos controles do nível de base exercidos pelos rios Ivaí e Tibagi, pois a tectônica teve continuidade, após o arqueamento, porém com menor intensidade. Desse fato resultou um balanço entre taxas de erosão e de soerguimento equilibrado, não sendo suficiente para destruir o alto estrutural, nem projetá-lo em maiores altitudes.