Introdução: A alta prevalência de transtornos mentais, entre as doenças que acometem a população idosa, aumenta as dificuldades encontradas nesse ciclo da vida. Esses problemas podem ser influenciados pelo sexo, sendo que diferentes situações acometem homens e mulheres acima de sessenta anos. Objetivo: Analisar as condições de vida e saúde de idosos usuários de um ambulatório de saúde mental de acordo com o sexo. Método: Estudo transversal, realizado com 138 idosos em um Ambulatório de Saúde Mental do interior paulista, por meio de entrevistas. As análises inferenciais foram realizadas pelo Teste de Qui-quadrado de Pearson e pela extensão do teste Exato de Fisher. Resultados: As mulheres são mais praticantes da religião referida, realizam mais frequentemente prevenção de câncer, vacinação da gripe, fazem uso de aparelhos auxiliares, quando necessários; apresentam diagnósticos em saúde mental realizados na vida adulta, predomínio do estado conjugal “vive só”, maior independência nas atividades de vida diária, bem com a maior prevalência de transtornos de humor e de personalidade. As mulheres idosas apresentaram maior número de casos de obesidade, referiram reumatismo e hipotensão ortostática. Os homens são, na maioria, católicos, apresentaram uso pregresso de álcool e transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substância psicoativas, buscaram menos exames preventivos e vacinas contra gripe no último ano. Seus diagnósticos em saúde mental foram mais tardios, a maioria já com sessenta anos ou mais. Em relação a autoavaliação de saúde, ser analfabeto, ter ensino fundamental incompleto, dependência severa ou total no teste de Atividades Básicas da Vida Diária, tiveram associação com autoavaliação negativa de saúde. Idosos que tem apenas um diagnóstico avaliam sua saúde como positiva. Os diagnósticos de Transtornos Mentais e Comportamentais, segundo CID-10, do grupo F20-F29 associaram-se positivamente com a autoavaliação de saúde. Já os do grupo F30-F39 tiveram uma autoavaliação negativa de saúde. Conclusões: Há associação de fatores demográficos, do grau de dependência para ABVD e das características dos transtornos mentais com a autoavaliação de saúde dessa população. Esses dados mostram a necessidade de maior conhecimento das condições de saúde dos idosos com Transtornos Mentais, no sentido de implementar medidas que visam minimizar o impacto da doença mental no processo de envelhecimento. Há necessidade de aprofundar o conhecimento dos indivíduos nessa faixa etária, suas diferenças em relação ao sexo e de ampliar medidas
voltadas ao tratamento especializado, visando a prevenção secundária dos agravos já instalados nesse ciclo da vida.