O presente estudo teve por objetivo analisar o que os estudantes dos 9° anos do Ensino Fundamental II pensam a respeito das “práticas de EA” desenvolvidas em colégios públicos da cidade de Guarapuava-PR, verificando as bases teóricas metodológicas que as fundamentam. Para tal, verificou-se se as práticas de Educação Ambiental realizadas comtemplam as finalidades, objetivos e estratégias propostas pela Política Nacional de EA, Lei 9795/99 e Resolução de 2012, os PCN’s, a Agenda 21 e as Diretrizes Nacionais para a Educação Ambiental. E também se identificou as bases teórico-metodológicas que fundamentam as práticas de Educação Ambiental realizadas nos colégios. A natureza da pesquisa segue uma abordagem qualitativa com delineamento de cunho exploratório de investigação e análise dos conteúdos. A coleta dos dados deu-se em três etapas: 1) aplicação de um questionário aos estudantes contendo questões abertas e fechadas; 2) observação das aulas dos docentes de Ciências e Geografia que abordam a temática da EA, conforme informação obtida na etapa anterior; e 3) aplicação de uma questão aos docentes de Ciências e Geografia, visando a complementação dos dados. Os questionários foram aplicados a 31 estudantes dos 9° anos distribuídos em dois colégios públicos, o primeiro localizado no bairro Bonsucesso, com índices elevados de qualidade socioambiental e o segundo situado no bairro Vila Bela e com baixos índices. As observações das aulas e aplicação da questão foram realizadas a 2 docentes das disciplinas de Ciências e Geografia. Os resultados sinalizam que poucos estudantes se veem como parte integrante do meio ambiente, ou seja, a maioria o reconhece de maneira naturalista. Apesar de identificarem a existência dos problemas ambientais não conseguem associá-los à ação humana. Isto se mostrou mais acentuado nos estudantes que estudam no colégio A localizado na área de maior índice de qualidade socioambiental, do que nos do Colégio B, de menor índice de qualidade socioambiental. Não se identificou práticas de EA propriamente ditas, conforme as finalidades, objetivos, estratégias da Lei 9.795/99, Agenda 21 e as Diretrizes Nacionais para a Educação Ambiental, isto é, as práticas empregadas nos colégios A e B para a EA não estão alcançando os objetivos propostos. Não foram evidenciadas as abordagens teórico-metodológicas mais utilizadas com relação à EA, como observado por Sato (1994). Os docentes não fazem menção a atividades de EA ou projetos que desenvolvam e sim realizam atividades sobre temas de meio ambiente nas aulas de Ciências e Geografia. Portanto, as atividades contemplam o trabalho com o conteúdo de forma informativa, por meio de livros, revistas, vídeos, etc. Por outro lado, as aulas de campo relacionadas ao meio ambiente pouco são mencionadas. Assim, há uma mínima relação entre o conteúdo trabalhado na disciplina e a contextualização ambiental, embora a maioria dos docentes considera que a melhor forma de vivenciar a EA parta das ações diárias de cuidado e preservação do meio ambiente. Portanto, as “práticas de EA” do Colégio A e B agregam particularidades da corrente de sustentabilidade, eco educação e crítica, ou seja, duas a três correntes teórico-metodológicas que sustentam sua existência, como visto por Sauvè (2005b).