O concreto é o material de construção mais difundido e utilizado no mundo. Por se tratar de um material com vasta utilização, muitas pesquisas voltadas ao desenvolvimento de sua tecnologia vêm sendo realizadas, entre elas as investigações sobre o desenvolvimento de concretos especiais, como por exemplo pesquisas sobre a incorporação de micro e nanopartículas em matrizes cimentícias, sob a hipótese de promover incrementos em suas propriedades. O objetivo deste estudo é avaliar a influência da microcelulose cristalina (MCC) nas propriedades mecânicas de argamassas cimentícias, com índice de consistência fixo. Para atender a este objetivo, foram realizados ensaios com a matriz cimentícia em estado fresco (índice de consistência) e no estado endurecido (resistência à compressão, resistência à tração na flexão e ensaios de absorção), sendo também realizada a captura de imagens das argamassas por meio da Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Levando em consideração que a MCC é um material de natureza hidrofílica, e por consequência, apresenta alta capacidade de absorção de água, foi necessário determinar o fator água/cimento (a/c) das argamassas, para cada teor de MCC adicionado às argamassas, com a finalidade de manter seu índice de consistência fixo em 180 ± 10 mm. Foram realizados ensaios de resistência à compressão em argamassas com 3, 7, 28 e 56 dias de idade. Os ensaios de resistência à tração na flexão foram realizados em argamassas com 28 dias de idade. Os ensaios de absorção foram realizados em argamassas com 28 dias de idade. A captura de imagens por meio do MEV, foi realizada em fragmentos das amostras submetidas aos ensaios de resistência à compressão e absorção. A determinação do fator a/c das argamassas com MCC se deu por meio do ensaio de determinação do índice de consistência, os resultados deste ensaio demonstraram a necessidade em se aumentar progressivamente o fator a/c nas argamassas à medida em que se aumentava o teor de MCC. Com relação ao ensaio de resistência à compressão, observou-se que as argamassas com adição de 0,2% de MCC apresentaram acréscimos em sua resistência à compressão em todas as idades, quando comparadas à argamassa sem adição de MCC (referência), sendo que aos 3 dias houve um ganho médio de 4% na resistência, aos 7 dias 9%, aos 28 dias 2% e aos 56 dias 2%. Os ensaios de resistência à tração na flexão também apontaram as argamassas com adição de 0,2% como as que apresentaram os melhores resultados, com um ganho médio de 6% de resistência, aos 28 dias, em relação à argamassa de referência. De acordo com os resultados dos ensaios de absorção, novamente as argamassas com adição de 0,2% de MCC registraram melhores efeitos, pois a absorção e o índice de vazios das mesmas foram menores do que os da argamassa de referência e argamassas com os demais teores de MCC. Nota-se que as argamassas com adição de 0,2% de MCC, em relação à massa de cimento, proporcionaram incrementos nas propriedades mecânicas, mesmo com elevação no fator a/c. Por meio da Microscopia Eletrônica de Varredura foi possível identificar a MCC no interior da matriz cimentícia e verificar a maneira como a mesma se encontra disposta no interior do material