Nos solos colapsíveis, a influência da umidade do solo na capacidade de carga é mais
pronunciada que em solos não colapsíveis. O solo típico da camada superficial da região do
Noroeste do Paraná, onde se localiza Maringá, é colapsível. Este solo é estável à perfuração
com trado, sendo a maioria das fundações de edificações de pequeno e médio porte executadas
nessa camada, com estacas escavadas com trado mecânico, sem fluido estabilizante. Para se
estimar a capacidade de carga dessas estacas, geralmente são utilizados valores empíricos
conhecidos e tabelados, que variam com a profundidade e diâmetro das estacas. É usual também
a utilização de métodos semiempíricos consagrados, mas que foram desenvolvidos para regiões
específicas do país, sendo generalizados posteriormente para outras regiões, sem ajustes
elaborados por dados precisos, como os de provas de carga. Neste contexto, este trabalho
apresenta os relatos de provas de carga realizadas e analisadas, com o objetivo de analisar a
capacidade de carga desse tipo de estaca, verificando a influência da umidade do solo nestes
valores. Algumas estacas foram ensaiadas com solo pré-umedecido, outras com solo na
condição natural de umidade, a fim de comparar os valores capacidades de carga. Ao analisar
os valores de capacidade de carga das estacas, verificou-se uma redução de 30,7 % para as
estacas de 4,0 m e 35,6 % para estacas de 6,0 m, quando ocorre o umedecimento do solo.
Percebeu-se também que os métodos de ajuste de curva carga x recalque são coerentes com as
provas de carga realizadas neste solo típico da Região de Maringá. Quanto aos valores de
capacidade de carga obtidos nas provas de carga realizadas, notou-se que deve-se tomar cuidado
com o método de Chin-Kondner (1970), que sistematicamente forneceu valores de carga de
ruptura acima daquela última da prova de carga, considerada não estabilizada. Mais estudos são
necessários para o futuro desenvolvimento de um método semiempírico regional e influência
da umidade do solo na região.