• Portal do Governo Brasileiro

Plataforma Sucupira

Dados do Trabalhos de Conclusão

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
COMUNICAÇÃO E CULTURA CONTEMPORÂNEAS (28001010024P9)
Guerras de Memórias e os 50 Anos do Golpe de 1964: Midiatização do Passado em Especiais do Jornalismo Digital
ALLYSSON VIANA MARTINS
TESE
11/07/2017

A narrativa histórica oficial de um período não coincide sempre com as recordações de grupos e indivíduos. As guerras de memórias surgem nesse processo, quando o estado promove os silenciamentos para a constituição de uma história. A interface história-mídia-memória põe em perspectiva os meios de comunicação, que nunca estiveram em posições tão proeminentes nas sociedades como desde a última década do século passado, em consonância com as teorias da midiatização. Os jornais representam uma inscrição da realidade histórica de determinada época, uma espécie de rascunho da história e da memória coletiva. A memória também não possuía uma função tão preponderante e fulcral como nas sociedades midiatizadas, digitais e conectadas, refletindo até na produção do jornalismo digital. Uma investigação das guerras de memórias sobre a efeméride do cinquentenário do golpe nesse mais recente (ciber)espaço midiático se apresenta, portanto, com uma conjunção de fatores propícios, sobretudo tendo como estudo de caso os especiais jornalísticos digitais. Para isso, evidenciamos as produções dos sites jornalísticos de veículos relevantes no período do golpe, como Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, e de dois nativos digitais: portal G1, do maior grupo midiático do país, e o Último Segundo, setor jornalístico do portal iG, sem tradição no ramo da informação. O principal objetivo desta tese é avaliar de que maneira a mídia conduz à estabilização da história nos períodos e processos das guerras de memórias, em uma situação de midiatização e em um (ciber)espaço de novas configurações da mídia e da memória, tendo como base as produções dos especiais do jornalismo digital sobre a efeméride dos 50 anos do golpe. Para isso, articulamos teórico-metodologicamente as guerras de memórias e as teorias da midiatização, com a exploração e a representação através dos métodos de observação e de descrição. Os especiais concebem o golpe e a ditadura militar como algo negativo e pernicioso para a história do país, embora o G1 e O Estado de S. Paulo apresentem um pouco de complacência com os golpistas, ao utilizarem das críticas destes contra João Goulart e Leonel Brizola. Este veículo paulista foi o único que não produziu uma narrativa multimídia ao preferir uma hierarquia jornalística padrão. Os demais, contudo, trouxeram um tom mais didático e histórico, com fontes e referências ao final e com apresentação cronológica dos acontecimentos. Todos os quatro especiais possuíam documentos históricos em imagem, áudio ou vídeo, com o Último Segundo sendo o único a não ter jornais históricos do período do golpe e da ditadura. Mesmo não fazendo parte de um grupo midiático, poderia trazer conteúdos jornalísticos históricos de outras empresas, como os demais. As guerras de memórias se evidenciaram, sobretudo, nas memórias individuais, que possuíam menos centralidade na narrativa e no discurso dos veículos, com exceção de O Estado de S. Paulo, com uma produção que prezou pelas memórias individuais dos entrevistados, mesmo sem apresentar contradições.

Guerras de memórias;Midiatização;Jornalismo digital;Golpe militar;Ditadura MIlitar
The official historical narrative of a period does not always coincide with the recollections of groups and individuals. Battles of memories arise in this process, when the state promotes the silencing for the constitution of a story. The history-media-memory interface puts the media in perspective, which they have never held in such prominent positions in societies as since the last decade of the last century, with the theories of mediatization. The journalistic media represent an inscription of the historical reality of a certain epoch, a sort of draft of history and collective memory. The memory also lacked such a preponderant and central function as in mediatized societies, digital and connected, reflecting even in the production of digital journalism. An investigation of the battles of memories wars on the fiftieth anniversary of the coup in this most recent media (cyber) space is therefore presented with a combination of favorable factors, especially as a case study of digital journalistic productions. In order to do this, we highlight the productions of journalistic sites of relevant vehicles during the coup period, such as Folha de S. Paulo and O Estado de S. Paulo, and two digital natives: portal G1, the largest media group in the country, and o Último Segundo, the journalistic sector of the portal iG, with no tradition in the branch of the information. The main objective of this thesis is to evaluate how the media leads the stabilization of history in the periods and processes of the memory wars, in a situation of mediatization and in a (cyber) space of new configurations of the media and memory, based on the productions of digital journalism on the 50th anniversary of the coup. For this, we articulate theoretically and methodologically the battles of memories and the theories of mediatization, with the exploration and representation through the methods of observation and description. The productions conceive of the coup and military dictatorship as something negative and pernicious for the history of the country, although the G1 and O Estado de S. Paulo are somewhat complacent with the coup makers, using their criticisms against João Goulart and Leonel Brizola. This vehicle from São Paulo was the only one that did not produce a multimedia narrative by preferring a standard journalistic hierarchy. The others three, however, brought a more didactic and historical tone, with sources and references at the end and chronological presentation of events. All four productions had historical documents in image, audio or video, with the Último Segundo being the only one not to have historical newspapers from the period of the coup and dictatorship. Even if not part of a media group, it could bring historical journalistic content from other companies, like the others journalistic sites did. The battles of memories were evidenced mainly in individual memories, which had less centrality in the narrative and discourse of vehicles, with the exception of O Estado de S. Paulo, with a production that prized by the individual memories of the interviewees, even without presenting contradictions.
Battles of memories;Mediatization;Digital journalism;Military coup;Military dictatorship
1
294
PORTUGUES
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
O trabalho possui divulgação autorizada
Guerras de memórias e os 50 anos do golpe de 1964- midiatização do passado em especiais do jornalismo digital (1).pdf

Contexto

COMUNICAÇÃO E CULTURA CONTEMPORÂNEAS
CIBERCULTURA
A prática do Jornalismo convergente na web: avaliando padrões de qualidade e novas rotinas no Jornalismo na internet

Banca Examinadora

MARCOS SILVA PALACIOS
DOCENTE - PERMANENTE
Sim
Nome Categoria
RUBENS RIBEIRO GONCALVES DA SILVA Participante Externo
LUCILEIDE COSTA CARDOSO Participante Externo
OTHON FERNANDO JAMBEIRO BARBOSA Docente - PERMANENTE

Financiadores

Financiador - Programa Fomento Número de Meses
FUND COORD DE APERFEICOAMENTO DE PESSOAL DE NIVEL SUP - Programa de Demanda Social 46

Vínculo

Servidor Público
Instituição de Ensino e Pesquisa
Ensino e Pesquisa
Sim
Plataforma Sucupira
Capes UFRN RNP
  • Compatibilidade
  • . . .
  • Versão do sistema: 3.85.13
  • Copyright 2022 Capes. Todos os direitos reservados.

Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o gov.br, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies.Se você concorda, clique em ACEITO.

Politica de Cookies

O que são cookies?

Cookies são arquivos salvos em seu computador, tablet ou telefone quando você visita um site.Usamos os cookies necessários para fazer o site funcionar da melhor forma possível e sempre aprimorar os nossos serviços. Alguns cookies são classificados como necessários e permitem a funcionalidade central, como segurança, gerenciamento de rede e acessibilidade. Estes cookies podem ser coletados e armazenados assim que você inicia sua navegação ou quando usa algum recurso que os requer.

Cookies Primários

Alguns cookies serão colocados em seu dispositivo diretamente pelo nosso site - são conhecidos como cookies primários. Eles são essenciais para você navegar no site e usar seus recursos.
Temporários
Nós utilizamos cookies de sessão. Eles são temporários e expiram quando você fecha o navegador ou quando a sessão termina.
Finalidade
Estabelecer controle de idioma e segurança ao tempo da sessão.

Cookies de Terceiros

Outros cookies são colocados no seu dispositivo não pelo site que você está visitando, mas por terceiros, como, por exemplo, os sistemas analíticos.
Temporários
Nós utilizamos cookies de sessão. Eles são temporários e expiram quando você fecha o navegador ou quando a sessão termina.
Finalidade
Coletam informações sobre como você usa o site, como as páginas que você visitou e os links em que clicou. Nenhuma dessas informações pode ser usada para identificá-lo. Seu único objetivo é possibilitar análises e melhorar as funções do site.

Você pode desabilitá-los alterando as configurações do seu navegador, mas saiba que isso pode afetar o funcionamento do site.

Chrome

Firefox

Microsoft Edge

Internet Explorer