Incontinência urinária é perda de urina em quantidade ou frequência suficiente para causar um problema social ou higiênico. É uma experiência que acomete milhões de pessoas de todas as idades, principalmente as mulheres em idade avançada, e afeta a qualidade de suas vidas. O objetivo do estudo é analisar as características clínico-epidemiológicas e a qualidade de vida em mulheres idosas com incontinência urinária. É um estudo epidemiológico transversal de caráter descritivo, do tipo exploratório, em que foram abordadas mulheres idosas com idade igual ou superior a 60 anos, atendidas no Ambulatório de Geriatria da Faculdade de Medicina de Marília- SP. As voluntárias foram submetidas a uma entrevista, na qual responderam a dois questionários de qualidade de vida, validados e traduzidos: King´s Health Questionnaire (KHQ) e International Consultation on Incontinence Questionnaire-Short Form (ICIQ-SF), e a um inquérito estruturado, constando informações pessoais das participantes. A análise exploratória dos dados foi realizada por meio do programa estatístico SPSS versão 24. Foram aplicados os testes estatísticos apropriados, sendo eles o teste T para variáveis contínuas e qui quadrado para variáveis categóricas, e o teste de correlação de Spearman para algumas variáveis de interesse, com nível de significância menor ou igual a 5%. A prevalência de incontinência urinária nas idosas foi de 73,4% e o tipo mais comum entre elas foi a Incontinência Urinária Mista (63,7%). Também foram observadas a Incontinência Urinária de Urgência (20,2%) e Incontinência Urinária de Esforço (15,9%). A idade média das participantes foi de 73 ± 8,2 anos e o Índice de Massa Corpórea se apresentou com média 26,2, indicando sobrepeso. No que diz respeito ao impacto na qualidade de vida das idosas, a média dos escores do questionário ICIQ-SF foi de 13 ± 4,9 (grau grave). No questionário KHQ, os domínios mais afetados foram “impacto da incontinência urinária”, “percepção geral da saúde” e “medidas de gravidade”. Os menos afetados foram os “aspectos sociais”. Quanto às queixas do trato urinário inferior, também abordadas pelo KHQ, as que mais apresentaram respostas voltadas para o incômodo máximo foram: incontinência urinária de esforço, frequência de incontinência urinária, bexiga hiperativa, noctúria e urgência, respectivamente. Quanto à correlação verificada através do teste de Spearman, entre as variáveis nº de gestações, nº de Parto Vaginal Espontâneo, nº de cesáreas versus escore do questionário ICIQ-SF, todas as variáveis apresentaram fraca
correlação e ausência de significância estatística. Conclui-se que as idosas atendidas apresentam alta prevalência de IU, sendo a IUM a mais predominante, o que afeta gravemente a qualidade de vida destas.