A construção civil sempre ocupou destaque na economia mundial. Não seria diferente no Brasil. Seja pela quantidade de empregos gerados, pelo volume e variedade de materiais aplicados nas obras e, sobretudo, pelos impactos causados ao meio ambiente em geral. Estes impactos, em grande parte, são devidos à má gestão dos recursos naturais e/ou industrializados, nos processos de aquisição, armazenamento e aplicação, nas diferentes etapas das edificações. A sobra ou o desperdício geram volumes, que se não forem gerenciados são depositados, em geral, nas proximidades do empreendimento, causando transtornos à comunidade local. Estes transtornos, por sua vez, expõe outro problema, a falta de gestão municipal com os resíduos da construção e demolição, os chamados RCD. Este trabalho propôs levantar os quantitativos de RCD gerados no município de Tangará da Serra-MT, através de dados colhidos junto aos órgãos de gestão municipal e empresas do ramo de coleta de entulhos, calcular os volumes totais anuais de geração, identificar as áreas autorizadas ou irregulares de descarte dos resíduos e, por fim, apresentar um roteiro básico para uma proposta metodológica de Gestão Integrada dos Resíduos da Construção e Demolição. Para alcançar estes objetivos foram estudadas três construções de padrões distintos, calculado a taxa de geração de resíduos por metro quadrado e aplicado a referida taxa ao total de área licenciada pelo município, no período de um ano, nos anos de 2016 e 2017. Também foi levantado junto ao órgão municipal de saneamento, o quantitativo de cargas de entulho levadas ao aterro municipal, bem como, o quantitativo retirado das construções no perímetro urbano, informados pelas empresas de coleta. Na análise dos resultados percebe-se um volume considerável de RCD, na ordem de: 16,81 ton/dia, dados obtidos no órgão de saneamento; 19,28 ton/dia, obtidos através do método das áreas licenciadas; 112,80 ton/dia, obtidos pelas empresas de coleta. Ainda foram diagnosticadas 9 áreas de descarte de RCD no município, sendo consideradas 2 estáveis e 7 ativas. Das 9 áreas, 2 são públicas, 3 são privadas, sem licenciamento para operação, portanto, irregulares e 4 sendo margens de vias públicas. Desta forma, o trabalho apresenta o diagnóstico e um roteiro para a Gestão Integrada do RCD, apresentado na forma de fluxograma, com ações para o Programa Municipal de Gerenciamento do RCD, voltado à gestão pública e ao Projeto de Gerenciamento do RCD, direcionado principalmente aos grandes geradores, tendo como produtos finais: Resíduo para pavimentação, Reuso na construção civil; Recicláveis e Resíduos não aproveitáveis.