O crescente conhecimento da importância da dieta na redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis, tem sido acompanhado por mudanças no comércio de alimentos. Entre os alimentos que vem ganhando espaço no mercado, destacam-se os com a denominação “detox”, incluindo os sucos e refrescos mistos. No entanto, há uma excassez de estudos que avaliem a composição dessas bebidas. Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi realizar análises de compostos bioativos e atividade antioxidante em bebidas “detox” industrializadas. Foram coletadas amostras de dezessete bebidas (A a Q). As amostras foram encaminhadas ao Laboratório de Bioquímica do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, armazenadas sob refrigeração à 8 °C (± 2 ºC) e analisadas em triplicata quanto ao pH, Acidez Total Titulável (ATT), Sólidos Solúveis Totais (SST), índice de cor, açúcares totais, compostos fenólicos totais, antocianinas monoméricas, vitamina C, pigmentos (licopeno, beta caroteno, clorofila a e clorofila b) e atividade antioxidante. Os resultados foram tratados estatisticamente de forma descritiva e em seguida realizada análise de variância (teste de Scott-Knott, p <0,05). Os valores de pH mostraram-se inferiores aos encontrados para outras bebidas à base de frutas, variando entre 2,160 a 3,777. A ATT média para cada uma das amostras foi superior ao padrão de qualidade estabelecido para o suco de limão. A amostra H apresentou o menor pH e maior ATT. A amostra P destacou-se por maior teor de sólidos solúveis totais (11,867 °Brix). Os maiores teores de açúcares totais foram obtidos em M e N. As amostras apresentaram índices de cor distintos, diferença atribuída a composição das bebidas. O teor de vitamina C variou de 13,320 a 158,962 mg 100 mL-1, sendo todas as bebidas consideradas de alto conteúdo em vitamina C. Quando avaliados compostos fenólicos, observou-se que as amostras apresentaram valores médios de compostos fenólicos superiores aos de outras bebidas, os teores variaram de 157,236 mg EAG 100 mL-1 em I a 592,361 mg EAG 100 mL-1 em A. Acredita-se que a combinação de diferentes ingredientes foi responsável pelo maior teor de compostos fenólicos nas amostras, em comparação com bebidas avaliadas em outros estudos. As análises de determinação de antocianinas, demonstraram que as amostras não possuem antocianinas ou possuem teores muito baixos. A amostra P apresentou maior atividade antioxidante, mas sem diferença significativa em relação a A, B, C, G, H, M, N, O e Q. Logo, no geral, das bebidas analisadas A, B, C, O, P e Q mostraram promissora capacidade antioxidante e alto conteúdo de compostos fenólicos, justificada pela maior concentração de suco de frutas e hortaliças em relação as demais. Tal resultado reforça a importância da inclusão de frutas e hortaliças na dieta, não necessariamente vinculada ao termo detox. Assim, diante dessas diferenças nota-se a necessidade de formulação de legislações que regulem o uso do termo “detox” nos rótulos, protegendo o consumidor.