Quedas são consideradas um conhecido problema de saúde pública para idosos e também se têm demonstrado frequentes em pacientes com artrite reumatoide (AR), sendo associadas a morbimortalidade. Estima-se que indivíduos com AR possuam dez vezes mais risco de quedas comparados aos que não têm a doença. Estudos demonstraram que os fatores cinemáticos e o recrutamento muscular podem aumentar o gasto energético e o risco de quedas. Neste sentido, este estudo objetiva identificar as características da coativação muscular durante o controle postural em indivíduos com e sem AR e correlacionar com a ocorrência de quedas. Foram avaliados 2 grupos: pacientes com artrite reumatoide (GAR; n = 13) e controles (GC; n = 13). A avaliação de todos os participantes foi composta por anamnese; avaliação da mobilidade, velocidade de marcha e do equilíbrio usando a Escala de Equilíbrio de Berg e a Short Physical Performance Battery; avaliação eletromiográfica em posturas que causam instabilidade e durante o sentar e levantar. Na análise estatística utilizouse o teste de Kolmogorov-Smirnof para verificar a normalidade dos dados; o teste t-Student para comparação das médias entre os grupos; e o teste de correlação de Pearson para a associação entre as variáveis. O nível de significância foi de 5% (p < 0,05). Nos 12 meses anteriores a entrevista, 46,15% dos indivíduos avaliados sofreram uma ou mais quedas, sendo que 26,92% eram do GAR e 19,23% do GC. A coativação muscular durante o teste estático foi em média 25,66% maior no GC do que no GAR, tendo uma diferença significativa nas posições com base de apoio reduzida (p = 0,012), base de apoio alargada/olhos fechados (p = 0,021; p = 0,043) e tandem (p = 0,003). No teste de equilíbrio dinâmico a coativação muscular foi em média 43,54% maior no GAR do que no GC tanto ao sentar como ao levantar (p = 0,009; p = 0,013). Não foi possível estabelecer uma relação entre quedas e a coativação muscular, visto que apenas um grupo muscular em uma das posições de equilíbrio apresentou correlação significativa (r = -0,561; p = 0,023). Com base no estudo realizado podemos concluir que indivíduos com AR apresentam menor coativação muscular durante o equilíbrio estático, o que poderia ser prejudicial visto que a maior coativação nesse caso, poderia auxiliar na manutenção da postura através do enrijecimento das articulações; ao passo que apresentaram maior coativação durante o teste dinâmico, e esse aumento da ativação antagonista pode mediar o aumento do gasto energético, diminuindo a velocidade do movimento, o que leva a maiores níveis de fadiga.