Introdução: Com o envelhecimento populacional, torna-se necessário o melhor entendimento sobre o cuidador do idoso com algum grau de dependência como na síndrome demencial. Objetivo: Identificar os conhecimentos práticos usuais e o impacto na sobrecarga da vida dos cuidadores de pacientes com demência. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal quali-quantitativo, realizado entre 2016 a 2017, com 52 cuidadores da região de Marília-SP. Por meio de entrevistas, utilizou dois questionários quantitavos: o Caregiven Burden Scale (CBS) e outro elaborado pelos próprios autores abordando conhecimentos sobre a prática do cuidado e o qualitativo, abordando a percepção do cuidador relacionada ao seu cotidiano de vida em ser um cuidador de indivíduos com demência, bem como suas dúvidas sobre a prática do cuidado e como aprendeu a lidar com as dificuldades. Na análise quantitativa, os dados foram avaliados por meio do programa SPSS, versão 24, sendo os resultados considerados com significância estatística quando p < 0,05 e a na qualitativa foi utilizado análise de conteúdo. Resultados: Os cuidadores apresentaram a média (DP) de idade: 55,9 (±14,4) anos, 85% eram do sexo feminino, 84% possuíam algum grau de parentesco. O conhecimento do cuidado, a média (DP) de respostas corretas foi de 5,5 (±1,8) cuja pontuação poderia variar de 0 (nenhum acerto) até no máximo 8 (todas corretas). Já a sobrecarga, dos cuidadores, avaliada pelo CBS, encontramos a média (DP) de 1,83 (±0,16) com maior impacto nas cuidadoras esposas. Encontramos correlação positiva com significância estatística entre o grau de escolaridade do cuidador e o conhecimento prático sobre o cuidado e uma tendência de correlação negativa entre o conhecimento sobre o cuidado e a intensidade da sobrecarga. Foram obtidas oito categorias temáticas: (1) mudança no estilo de vida; (2) sentimento de responsabilidade; (3) emoções expressas; (4) negação da cognição do idoso; (5) presença de dúvidas; (6) ausência de dúvidas; (7) veículo de comunicação como processo de aprendizagem para o cuidado; e (8) estilo próprio (hábitos de vida). Conclusão: O grau de escolaridade traz implicações positivas na qualidade do cuidado podendo repercutir na sobrecarga dos cuidadores, na maioria das vezes os próprios familiares e mulheres, o que torna fundamental investimento educacional e em políticas públicas de saúde neste contexto e que o cuidador não precisa apenas de conhecimento técnico, mas também de manutenção de sua própria saúde, através de projetos de intervenção e auxílio no cuidado, considerando a sobrecarga sofrida, seja física, emocional ou social.