Introdução: As vulnerabilidades em saúde dos idosos, doenças crônicas não transmissíveis,
têm colocado em risco a qualidade de vida (QV) deste segmento da população. Daí a
necessidade de se avaliar vulnerabilidade em saúde e a QV dos idosos atendidos na Atenção
Primária de Saúde (APS). Objetivos: Determinar o ponto de corte no VES-13 e no whoqol-
bref que determina qualidade de vida em idosos assistidos na APS; bem como elaborar cartilha
para idosos sobre aspectos relacionados a qualidade de qualidade de vida. Métodos: Trata-se
de estudo transversal, com abordagem quantitativa. A coleta dos dados foi realizada nas
unidades básicas de saúde da região administrativa de Samambaia. A amostra foi de 466 idosos
atendidos na APS, baseando-se no cálculo de 13259 idosos em Samambaia, poder de 95%,
margem de erro de 5%, e mais 20% de possíveis perdas. Os participantes da pesquisa foram
idosos que, espontaneamente, procuravam por algum serviço em uma das unidades básicas de
saúde. Foram excluídos os idosos com mini exame de estado mental com escore <=9, ou que
não aceitaram participar do estudo. Aplicaram-se questionário, com questões fechadas, sobre
aspectos sociodemográficos e condições de saúde dos idosos, WHOQOL-bref e VES-13, sobre
a qualidade de vida e vulnerabilidade em saúde. Foram criados 3 grupos baseados nas respostas
sobre qualidade de vida e satisfação com saúde: QVboa, QVruim e QV indeterminado. Foi
aplicado curva ROC para determinar o ponto de corte do VES-13 e do WHOQOL-bref para
detectar QVruim. Depois, usando este ponto de corte, foi avaliado sensibilidade, especificidade,
valor preditivo positivo e valor preditivo negativo para detectar QVruim. Resultados: foram
abordados 475 idosos, e 8 foram excluídos por não aceitarem a participar do estudo, e 1 por ter
minimental <=9. Assim, foram incluídos no estudo 466 idosos, sendo idade de 68.2 ± 71 anos,
60,3% de mulheres, 30.5% da cor branca; média de escolaridade de 4,6 anos. Ponto de corte
para detectar QVruim foi >= 2 no VES-13 e <60 no WHOQOL-bref, com área sob a curva ROC
de 0.741 e 0.934, respectivamente. Em relação a este ponto de corte, para detectar QVruim, o
VES-13 apresentou sensibilidade de 84% e valor preditivo negativo de 98.2%, e já o
WHOQOL-bref teve sensibilidade de 88% e valor preditivo negativo de 99%. Por fim, em
relação ao produto ‘cartilha’, esta foi desenvolvida de forma adequada. Este trabalho teve como
produtos um artigo científico intitulado: Validação do ponto de corte do VES-13 e do
WHOQOL-BREF para predizer qualidade de vida em pessoas idosas na APS, aprovado para
publicação na Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e a elaboração de uma
cartilha destinada aos usuários idosos da APS de samambaia com título “Qualidade de Vida na
Terceira Idade. ” Conclusão: propõe-se o ponto de corte ≥2 no VES-13 e <60 no WHOQOL-
bref para indicar detectar idosos com QVruim e assim necessitam de um acompanhamento
especial pela ESF para um possível matriciamento com ou referenciamento para equipe de
geriatria-gerontologia. Entretanto, sugere-se mais estudos, preferencialmente por meio de
métodos longitudinais, para melhor discussão e comparação sobre estes valores de ponto de
corte dos instrumentos utilizados para determinar a qualidade de vida e vulnerabilidade destas
populações.