RESUMO Introdução: A diminuição da capacidade funcional pode ter seu curso interrompido ou revertido quando há intervenções adequadas. A Atenção Primária à Saúde, como gerenciadora dos cuidados aos idosos, deve atuar na prevenção e promoção da saúde visando uma melhor qualidade de vida. Nessa perspectiva, a educação em saúde se constitui uma estratégia capaz de reorientar os cuidados em saúde do idoso. Objetivos: 1. Descrever o perfil socioeconômico das famílias e idosos acompanhados em um serviço da Atenção Primária à Saúde do Distrito Federal (DF); 2. Analisar os riscos relacionados à saúde mental, bucal e nutricional a que estão expostos; 3. Propor estratégias de controle; 4. Utilizar cartilhas informativas para promover Educação em Saúde. Métodos: Foi realizado um estudo transversal, analítico na Unidade Básica de Saúde – UBS 01 do Itapoã, na Região Leste de Saúde do DF. Foram avaliados 59 idosos entre setembro de 2016 e julho de 2017 através de Mini Avaliação do Estado Mental, Escala de Katz, Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, Escala Geriátrica de Depressão de Yesavage, Mini Avaliação Nutricional e realização do teste Timed up and Go. Produtos: Os resultados foram apresentados sob forma de quatro produtos: 1. Artigo científico “Perfil Socioeconômico, Epidemiológico e Riscos Apresentados por Idosos de um Serviço da Atenção Primária à Saúde do Distrito Federal”; 2. Relato de caso “Risco Nutricional e de Saúde Bucal: Evidência de vulnerabilidade em uma idosa de Brasília, Distrito Federal”; 3. “Cartilha de Orientação Sobre a Higiene do Sono”; 4.“Cartilha de Orientação aos Idosos Sobre a Prevenção de Quedas em Domicílio”. Foi escolhida a confecção de cartilhas porque podem ser consultadas para esclarecimento de dúvidas e servir como guia de orientações e cuidados. São ilustradas devido à baixa escolaridade na população alvo. Resultados: Não foram encontradas diferenças significativas entre as análises de sexo para idade, Katz, depressão, MAN e TUG, que apresentaram valores normais. Para a avaliação entre sexo e sono, foi evidenciada uma pior qualidade do sono para o sexo feminino em relação ao masculino. Foi verificada uma correlação fraca entre os testes de depressão e má qualidade de sono e depressão com alteração no TUG. As cartilhas foram idealizadas em resposta a esses riscos. O relato de caso selecionado apresentava forte evidência de que a má qualidade da saúde bucal favorecia o risco de desnutrição. Conclusão: Encontramos no Itapoã uma alta vulnerabilidade social. O conhecimento dos riscos que os idosos apresentam possibilita um trabalho conjunto visando a sua prevenção. Constatou-se maior prevalência de depressão nos indivíduos do sexo feminino e a associação desta condição com pior qualidade do sono e maior risco de quedas. Foram confeccionadas cartilhas sobre higiene do sono e prevenção de quedas para a educação em saúde para diminuir esses riscos. Novos estudos devem ser realizados para corroborar os dados obtidos e verificar o impacto das medidas adotadas. Foi evidenciada a necessidade da construção das Redes de Assistência à Saúde Bucal na Região Leste do DF.