A cerveja é tão antiga quanto o pão, pois era obtida a partir da fermentação de cereais como cevada e trigo. Ela era feita por padeiros devido à natureza da matéria-prima utilizada: grãos de cereais e leveduras. Antes do século 15, um fragmento de cerâmica mesopotâmica, escrito em sumérico-acadiano de 5000 a.C., dizia que fabricar cerveja era uma profissão bem estabelecida e muito respeitada. A obtenção de cervejas com novas características de aroma e sabor que trilhem um novo caminho com propostas de cervejas exuberantes utilizando ingredientes especiais como, por exemplo, frutas, visando a obtenção de atributos sensoriais característicos nos produtos obtidos vêm crescendo como a busca de produtos que possam agregar sabor, cultura e o principal diferencial saúde. O objetivo geral deste trabalho foi elaborar por meio de um processo artesanal uma cerveja ALE utilizando frutos de Amora (Morus sp.) no processo produtivo para agregar sabor, cor e aroma. A cerveja foi preparada por meio dos processos de brassagem, fermentação, maturação, priming e engarrafamento. O uso de frutos de amora resultou em cinco formulações de cervejas e uma testemunha. Realizou- se as análises físico-químicas para caracterização das cervejas. Os dados foram tratados estatisticamente de forma descritiva e em seguida realizada análise de variância. Quando constatada a significância pelo teste F, os tratamentos foram comparados pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5 % de probabilidade. O grau alcóolico verificado na cerveja como variou em função da concentração de frutos adicionados, quanto maior quantidade de frutos adicionados menor foi o grau alcóolico encontrado, isso ocorreu, pois, os açúcares do fruto são pouco fermentescíveis e não possibilitam uma degradação completa reduzindo assim a produção de álcool. Os valores de cor, variaram pouco entre os tratamentos testemunha, M50 e M100, porém tem variância significativa entre os tratamentos M200, M300 e M400. Isso também é em decorrência da quantidade de frutos adicionados por litro de cerveja. Nos resultados da análise de antocianinas, tanto no solvente A como no solvente B, o teor encontrado aumenta à medida que a concentração de frutos de amora aumenta nos tratamentos, isso é proveniente do alto teor de antocianinas, com destaque para o alto conteúdo da antocianina cianidina 3- glucosideo, presente nos frutos de amora. O processo de elaboração de cerveja artesanal tipo ale com utilização frutos de Amora (Morus sp.) através da análises físico-químicas realizadas, comprovou que não há prejuízo quanto as características originais da cerveja e que a adição dos frutos aumentou o número de antocianinas que auxiliam nas atividades antioxidantes do nosso metabolismo, estando de acordo também com a legislação brasileira para produção de cerveja.