Com a evolução dos meios urbanos, a demanda por materiais de construção civil de qualidade e com menor custo cresce progressivamente. Os materiais mais utilizados são os provenientes do cimento Portland, os concretos e argamassas. Devido sua ampla utilização, pesquisas são necessárias para melhorar tanto suas características de resistências mecânicas quanto seu desenvolvimento sustentável. Em busca de contribuir com essas melhorias, podem ser incorporados materiais alternativos para reforço, como por exemplo, os de origem vegetal. Um desses materiais é a fibra de coco (FC), um subproduto proveniente da casca de coco, que é encontrado em abundância no Brasil e outro é a microcelulose cristalina (MCC), que pode ser obtida de diversas fontes vegetais. Desta forma, o objetivo do presente trabalho é o de analisar o efeito da adição de FC e MCC nas propriedades físicas e mecânicas de argamassas cimentícias. Foi realizado na fibra de coco um processo de corte em moinho de facas e tratamento com fervura. A análise das propriedades da FC foi feita baseada nos seguintes ensaios: massa específica, fator de forma e microscopia eletrônica de varredura (MEV). As argamassas de referência e com adições de FC e MCC, seguiram o traço 1:3:0,52 (cimento:agregado miúdo:relação água/cimento), em massa. A pesquisa foi dividida em três fases: caracterização dos materiais; pré-análise para determinação do teor ótimo de FC e MCC; argamassas com adições de FC e MCC. Na Fase 2 foram produzidas argamassas com os seguintes teores de adição de FC em relação ao volume do compósito: 0,1, 0,2, 0,3, 0,4 e 0,5% e com os seguintes teores de adição de MCC em relação à massa do cimento: 0,1, 0,2, 0,3, 0,4 e 0,5%; na Fase 3 foram produzidas argamassas com a adição de FC, MCC e FC+MCC com os teores que obtiveram os melhores resultados na Fase 2, com variação de mais e menos um em relação a cada teor ótimo encontrado. Na Fase 2 foram realizados os ensaios de índice de consistência no estado fresco, resistência à compressão e resistência à tração na flexão aos 28 dias. Na Fase 3 foram realizados os seguintes ensaios: índice de consistência, resistência à compressão aos 3, 7, 28 e 56 dias, resistência à tração na flexão aos 28 dias, módulo de elasticidade aos 28 dias, massa específica, absorção de água, índice de vazios, Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Espectroscopia de energia dispersiva (EDS) aos 56 dias. Os resultados da argamassa de referência foram comparados com as argamassas com adições de FC, MCC e FC+MCC. Com os resultados obtidos, foi possível verificar que as adições melhoraram o desempenho dos compósitos desenvolvidos aos 28 dias, porém aos 56 dias teve desempenho questionável já que houve considerável redução no valor de resistência à compressão em todas as argamassas com adições. Frente a isso, uma investigação a longo prazo ainda se faz necessário para se entender melhor o comportamento da FC e da MCC nas propriedades de materiais cimentícios.