A crescente preocupação com as questões socioambientais aliada ao advento da Revolução Tecnológica deu início a um novo conceito de planejamento urbano conhecido como Cidades Inteligentes Sustentáveis (CIS). Devido a sua grande difusão ao redor do mundo, ferramentas metodológicas estão sendo criadas com o intuito de mensurar a eficiência de cidades assim rotuladas, no entanto, consistem em índices locais específicos para determinado país ou região, o que inviabiliza sua aplicação no Brasil. Como forma de difundir a implementação das CIS no âmbito nacional e auxiliar na elaboração de normatizações sobre o tema, esta pesquisa se propôs a desenvolver uma metodologia de avaliação do desenvolvimento urbano, aplicável em cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, a fim de averiguar sua potencialidade para se tornar CIS. Inicialmente, determinou-se que a CIS brasileira deve ser estudada sob a ótica de quatro dimensões: ambiental, social, econômica e tecnológica. Então, os indicadores foram selecionados a partir de três iniciativas, duas brasileiras sendo Programa Cidades Sustentáveis (PCS) e norma ISO NBR 37120/2017 e outra internacional elaborada pela União Internacional de Telecomunicações (ITU). Atribui-se referências de metas para valorar os indicadores dentre cinco possíveis condições: péssima 0,2; ruim 0,4; regular 0,6; boa 0,8 e ótima 1. Posteriormente, foi averiguado a sinergia de cada indicador, ou seja, em quais dimensões ele influenciou. Afirmou-se que cada dimensão tem peso de 0,25 e assim, a sinergia do indicador teve valor 0,25 para 1 dimensão; 0,50 para 2 dimensões; 0,75 para 3 dimensões e 1 quando o indicador influenciou nas 4 dimensões. Os indicadores já valorados foram dispostos na matriz de avaliação, elaborada com a finalidade de calcular tanto a nota final do desenvolvimento urbano quanto das dimensões. Para isso, multiplicou-se o valor atribuído ao indicador pela sua sinergia. Posteriormente, foram somados os resultados obtidos na multiplicação, encontrando a nota final do desenvolvimento urbano da cidade estudada. Para encontrar as notas das dimensões foram somados os valores relativos a todos os indicadores nela presentes e a nota final foi multiplicada pelo peso 0,25. Conhecendo a nota final do desenvolvimento urbano e de cada dimensão, foi possível calcular suas porcentagens relativas para facilitar a análise de como cada dimensão contribuiu para a nota final. Também foi possível estabelecer a situação do desenvolvimento urbano em um dos cinco intervalos propostos: insustentável (1% a 45%); em transição para a sustentabilidade (51% a 70%); potencialmente sustentável (71% a 85%); em transição para inteligente sustentável (86% a 94%) e potencialmente inteligente sustentável (95% a 100%). Por fim, para verificar a eficiência e possíveis falhas do método desenvolvido, foi realizado um estudo de caso no município de Maringá – PR, o qual obteve nota 57,25% classificando seu desenvolvimento urbano como em transição para a sustentabilidade. Quanto ao método, se mostrou capaz de mensurar a potencialidade das cidades, todavia ainda é uma proposta inicial que deve ser aprimorada por meio de estudos futuros.