O objetivo do presente estudo foi determinar as concentrações de minerais tóxicos, sobretudo o bário, nas águas do Rio Capivara (Araxá-MG) e nas amostras do leite bovino dos animais que dessedentam dessa mesma água. A região possui em sua formação geológica, riqueza de vários minerais, dentre eles, o próprio bário. Alguns estudos apontam para as potenciais implicações sanitárias e ambientais decorrentes desses minerais. Esta preocupação justificou a iniciativa, abrangendo as águas da microbacia e também as contaminações possíveis no leite bovino produzido na região. Para detectar esses minerais foi utilizado o método de espectrofotometria óptica através do ICP-OES, através da digestão via úmida. Foram avaliadas as presenças dos metais Ag, Al, B, Ba e Be nas amostras de água e os metais Ag, Al, B e Ba no leite bovino. O bário foi detectado em maior quantidade (0,12 mgBa/L) nas águas do ponto amostrado mais próximo à cidade de Araxá. Entretanto, este teor se encontra dentro do permitido na CONAMA 357/2005, alterada parcialmente pela 430/2011 (Classe 2) e para potabilidade na Portaria 2914, 2011 (VMP 0,7 mg.L-1). Foi comum a todos os pontos amostrais a detecção de valores de alumínio acima do permitido pelo Ministério da Saúde (Portaria 2.914 de 2011) que é de 0,2 mg/L. Também nesses pontos a água apresentou 0,21 a 0,40 mgAl/L. Estes teores indicaram desconformidade em relação às referidas resoluções CONAMA, que limita em 0,1 mgAl/L(para classes 1 e 2) e 0,2 mgAl/L (para classe 3). Assim, as águas do Rio Capivara não apresentaram comprometimento em relação ao bário, mas significativamente alterado quanto ao alumínio. Esta condição apresenta risco potencial à vida aquática, à saúde dos usuários e aos animais daquela microbacia. Foram mais expressivas as concentrações de bário e do alumínio nas amostras do leite produzido nos sítios localizados próximos aos pontos em que também se obteve maiores concentrações destes metais na água. Este resultado sugere que pode ter ocorrido recalcitração dos metais bário e alumínio, porém estudos mais específicos serão necessários para melhor configurar este fenômeno. As concentrações de bário no leite variaram de 0,05 a 0,15 mgBa/L e de alumínio de 0,13 a 0,23 mgAl/L. Devido a ausência de valores estabelecidos para esses metais em alimentos, não é seguro concluir que os valores encontrados no leite sejam recomendados para o consumo humano. Contudo, se comparado a valores estabelecidos na água potável, o alumínio está acima do permitido. Este quadro traz preocupações quanto ao potencial de interferir em doenças degenerativas, dentre estas, o mal de Alzheimer.