As proteínas do leite, principalmente caseína e whey protein, têm ganhado destaque como coadjuvantes na terapia nutricional. Proteínas de origem vegetal que são utilizadas principalmente por vegetarianos têm conquistado interesse e adeptos ao seu consumo. Considerando uma possível translação de achados animais para humanos, este estudo objetivou verificar e comparar os efeitos da nutrição no desenvolvimento de ratos wistar adultos, alimentados com dietas normoproteicas, tendo como fontes proteicas exclusivas a farinha de folhas de Moringa oleifera e o produto comercial à base de proteína integral do soro do leite (whey protein). Os animais foram divididos em três grupos que receberam ração (equilibrada nutricionalmente e normoproteica) e água ad libtum por três semanas. Grupo controle (GC) recebeu dieta padrão (caseína) AIN 93M, o grupo Whey Protein (WP), dieta padrão AIN 93M (substituição da caseína por suplemento à base de proteínas integrais de soro do leite) e o grupo Moringa oleifera (MO) dieta padrão AIN 93M (substituição da caseína por farinha de folhas de moringa). O delineamento experimental foi em blocos casualizados (DBC). Utilizou-se ANOVA para a comparação dos diferentes grupos com pós-teste de Tukey para comparação das variáveis em relação aos grupos. Não se observou diferença estatística das diferentes fontes proteicas sobre o Índice de Lee, porém o grupo MO apresentou maior consumo de dieta e menor peso corporal em gramas (232,30 ± 17,00) do que GC (276,10 ± 34,60) e WP (265,10 ± 17,80). O peso do baço, coração, fígado e músculo tibial anterior, músculo tibial lateral não apresentou diferença entre grupos. MO (0,77 ± 0,04) apresentou a mesma síntese do músculo quadríceps femural (g/100 g/peso animal) comparado ao GC (0,80 ± 0,05). MO foram portadores de rins e cérebros mais pesados, testículos mais desenvolvidos. Mesmo consumindo mais o grupo MO sintetizou menos gordura (g/100 g/peso animal) perirenal (1,255 ± 0,36) e periepididimal (1,130 ± 0,14) ao final, comparado aos grupos WP (perirenal: 2,04 ± 0,39 /periepididimal: 1,73 ± 0,27) e GC (perirenal: 2,37 ± 0,78 / periepididimal: 1,81 ± 0,56). Não houve prejuízo nos teores de cálcio ósseo em nenhum grupo e, quando submetidos ao teste de flexão em três pontos, a rigidez do fêmur apresentada foi a mesma em todos os animais. Alterações nos teores sanguíneos de glicose, colesterol total, triglicérides, colesterol HDL, albumina, creatinina, AST, ALT, Gama GT e PCR não foram observadas. Os animais apresentaram-se saudáveis, sem riscos graves de saúde à eutanásia. A fosfatase alcalina, ureia e proteínas totais do MO foi diferente estatisticamente dos demais. Sugere-se análise histológica dos rins, fígado e ossos, além de exames nas urinas coletadas para uma definição conclusiva destes dados. Após 21 dias de tratamento nutricional conclui-se que a farinha de folhas de Moringa oleifera pode ser uma boa fonte alimentar natural de proteína vegetal.