Os consórcios dos cafeeiros com espécies perenes e florestais são alternativas que permitem aumentar a sustentabilidade nos seus aspectos econômico, ambiental e sociocultural. Promovem uma melhor utilização de área, otimização de recursos tais como adubos, água e mão de obra, além da melhoria do microclima. Tendo em vista a complexidade dos consórcios com o cafeeiro conilon (Coffea canephora), objetivou-se avaliar o potencial produtivo e qualitativo do cafeeiro, assim como a fertilidade do solo e a nutrição do cafeeiro, através dos atributos químicos do solo e teores foliares do cafeeiro, sob sistemas consorciados com espécies arbóreas e frutíferas em manejo orgânico. O trabalho foi realizado entre março de 2016 a agosto de 2018 na Unidade Experimental (UE) de Sistema Agroflorestal (SAF), em cultivo orgânico, implantada em 31 de janeiro de 2013, na Fazenda Experimental de Bananal do Norte - Incaper, no município de Cachoeiro de Itapemirim, ES. Utilizou-se a cultivar “EMCAPER 8151”. A área de 0,62 ha foi dividida em cinco talhões, sendo um com cafeeiro solteiro (C-SOL) e o restante em quatro consórcios com ingá de metro (Inga edullis) (C-ING), bananeira cv. Japira (Musa spp.) (C-BAN), gliricídia (Gliricidea sepium) (C-GLI) e a pupunha (Bactris gasipaes Kunth) (C-PUP). Avaliou-se o tempo médio de colheita, os percentuais de frutos verde, maduro, seco e boia, a produtividade e qualidade física do grão beneficiado do cafeeiro. Avaliaram-se os atributos químicos do solo: pH, P, K, Ca, Mg, H+Al, SB, CTC (t), CTC (T), V e MO. Avaliaram-se os teores foliares de N, P, K, Ca, Mg, S, B, Zn, Mn, Fe e Cu. O cafeeiro conilon consorciado com ingá e pupunha apresentou maior uniformidade de maturação dos grãos e com gliricídia uma maturação desuniforme. Os consórcios com ingá e com gliricídia proporcionaram uma colheita de café mais tardia que o solteiro. A produtividade média de café conilon foi maior nos sistemas consorciados com ingá e com pupunha, comparados ao cultivo solteiro, apresentando um rendimento superior de 32%. Apesar de algumas diferenças nos percentuais de peneiras entre os tratamentos, consorciados e solteiro, elas não predominaram no decorrer dos três anos avaliados demonstrando que os consórcios não interferiram diretamente na granulometria do café conilon. A fertilidade do solo nos cultivos do café conilon consorciado com espécies florestais e frutíferas em manejos orgânico por quatro anos promoveu a melhoria dos atributos químicos do solo, com teores de médio a alto. Os sistemas consorciados com pupunha e com gliricídia contribuíram, de forma positiva, para aumentar os valores dos atributos químicos do solo, em relação ao cultivo solteiro. O consórcio com bananeira tem uma tendência a apresentar menores teores de P, K e MO do solo e os teores de K, Fe, Zn, Mn e Cu no tecido foliar do cafeeiro conilon, comparados ao cultivo solteiro. O cafeeiro conilon em sistema de cultivo orgânico, solteiro e em consórcio com espécies florestais e frutíferas, apresentaram teores foliares próximo ou acima do nível crítico. O sistema de cultivo consorciado com espécies frutíferas e florestais contribui, de forma positiva na produtividade do cafeeiro, com produtividade igual ou superior ao cafeeiro em cultivo solteiro. Os sistemas consorciados com pupunha e com gliricídia contribuem, de forma positiva, para melhorar os valores dos atributos químicos do solo, em relação ao cultivo solteiro.