Por muito tempo, a educação profissional esteve limitada à qualificação de mão de obra, impedindo o acesso da classe trabalhadora aos conhecimentos científico-tecnológicos e histórico-sociais, disponibilizados exclusivamente para classe elitista. A proposta da Educação Profissional e Tecnológica evidencia a necessidade de se superar essa dualidade educacional entre educação propedêutica e profissional e de democratizar o conhecimento, a fim de oportunizar ao proletariado uma formação omnilateral. Considerando-se que o trabalho é uma forma de produzir a história, é possível compreender a importância de proporcionar o conhecimento histórico a todo cidadão, para a conscientização de seu papel na sociedade. Este é o objetivo que a disciplina de História espera alcançar, especialmente no Ensino Médio Integrado. Porém, por conterem conteúdos bastante abstratos, vastos e diversificados, as aulas de História, geralmente ministradas de forma expositiva, podem se tornar pouco interativas e causar desmotivação para a aprendizagem. Diante desta problemática, justifica-se a necessidade de se promover aulas de História mais atrativas e estimulantes, buscando alternativas para uma participação mais ativa, maior interesse e envolvimento dos alunos. Partindo dos desafios apresentados no ensino-aprendizagem de História, sabendo que o uso de tecnologias em sala de aula tem potencial motivador e considerando os requisitos do Programa de Mestrado ProfEPT, foi elaborado um produto educacional, intitulado “Mas que História é essa?: As relações de trabalho na História do Brasil”. Trata-se de um conjunto de perguntas e respostas (quizzes) sobre a temática “As relações de trabalho na História do Brasil” (e outros aspectos envolvendo a vida do trabalhador), que contém questões com dois níveis de dificuldades e foi gamificado na plataforma digital de aprendizagem baseada em jogos Kahoot!, para a utilização com dispositivos móveis. A pesquisa foi realizada com alunos do 4º ano do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Câmpus São João da Boa Vista, de faixa etária entre 17 e 18 anos. Na percepção da maioria dos alunos, a aplicação do produto educacional nas aulas favoreceu o ensino-aprendizagem, a reflexão sobre os acontecimentos históricos do tema “relações de trabalho” e a associação destes fatos a sua realidade. Além disso, os discentes sentiram maior interesse, motivação para participação e engajamento. O uso de dispositivos móveis durante as aulas também foi apreciado e tido como um elemento colaborador para o ensino-aprendizagem.