A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune de comprometimento sistêmico que pode levar pacientes a apresentarem transtornos relacionados ao sono, caracterizado pela dificuldade em iniciar e/ou manter o sono, despertar precoce, sono não reparador e sonolência diurna excessiva. A acupuntura é uma das principais modalidades de tratamento na Medicina Tradicional Chinesa e tem se destacado no tratamento complementar de variadas patologias. A Acupuntura Auricular Invasiva (AAI) é umas das técnicas derivada da acupuntura e baseia-se na estimulação de pontos específicos do pavilhão auricular. O objetivo geral do presente estudo foi analisar os efeitos da AAI sobre os transtornos do sono em mulheres com AR. Foi realizado um estudo controlado cego e randomizado em dois grupos: Grupo controle (GC) - acupuntura auricular em pontos não específicos ao sono e Grupo Intervenção (GI) - acupuntura auricular em pontos específicos ao sono, com avaliações realizadas em 4 momentos: imediatamente antes da primeira sessão da AAI (T0), após quarta sessão (T1), após oitava sessão (T2) e após 1 mês da última sessão (T3). Foram aplicados questionários: Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), Epworth Sleepiness Scale (ESS), Fatigue Severity Scale (FSS), Escala Visual Analógica de dor (EVA-D) ao repouso e Health Assessment Questionnaire (HAQ). Dezenove mulheres com AR foram randomizadas para receber AAI, houve 3 perdas durante o seguimento do estudo totalizando ao final da análise 16 mulheres, sendo 8 no GC e 8 no GI. Na análise estatística para verificar o efeito da AAI em 2 grupos e 4 medidas foi realizado teste de Anova mista de medidas repetidas, para distribuição de normalidade foi analisado pelo teste de Shapiro-Wilk, para associação entre as variáveis qualitativas foi analisado pelo teste Exato de Fisher, para comparação entre grupos independentes foi analisado pelo teste t student para grupos não pareados, para análise do efeito do tempo, o efeito do grupo e a interação grupo versus tempo foi analisado pelo teste de Anova mista de medidas repetidas com teste Post-Hoc de Bonferroni, todas as análises com nível de significância de 5%. Foi observado efeito significativo do tempo em todas as variáveis: qualidade do sono, sonolência diurna, fadiga, capacidade funcional, dor ao repouso (todas P<0,001), porém não houve diferença significativa em relação ao grupo e interação, com exceção da escala de sonolência diurna que apresentou significância P<0,024 em relação a interação. No GI a AAII apresentou diferença significativa em relação média da evolução do tempo e durabilidade dos resultados na qualidade do sono comparada a T0 e T1, enquanto o GC mostrou diferença significativa apenas comparada a T0. O estudo mostrou que, embora a AAI apresentou bons resultados nos dois grupos, no GI os resultados foram de maiores amplitudes e durabilidade indicando ser superior na melhora dos transtornos do sono em mulheres com AR.