O Brasil é um grande produtor e exportador da carne de frango, alimento amplamente apreciado no mundo inteiro. Nos sistemas convencionais de criação de frangos predomina a intensificação da produção, com os animais criados confinados. Cada vez mais preocupados com a saúde, muitos consumidores têm procurado por carne de frangos que sejam criados em sistemas de produção que aumentem e garantam o bem-estar dos animais, dentre os quais se destaca o frango caipira. Durante o abate, o Serviço de Inspeção verifica uma série de problemas nas carcaças, os quais podem comprometer a saúde do consumidor ou mesmo a aparência e qualidade do produto. Dependendo da característica, a carcaça na linha de produção pode ser condenada parcialmente ou totalmente, o que representa perdas na produção do abatedouro, e consequentemente, prejuízos financeiros. Este estudo teve por objetivos avaliar e comparar os índices das condenações parciais e totais de carcaças de frango caipira e frango pesado em um abatedouro de aves localizado em Minas Gerais, inspecionado pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), no ano de 2018, analisando os principais motivos destas condenações. Foi observado que as condenações parciais de frango pesado (20,8% das aves abatidas) foram significativamente maiores (p<0,05) que para o frango caipira (16,6%) no ano de 2018. Já as porcentagens de condenações totais não foram diferentes entre os dois tipos de aves, com porcentagens de 0,8% e 0,7% do total de aves abatidas, respectivamente. Em função das diferenças de manejo durante a criação e pelas características diferenciadas dos animais, o frango pesado apresentou maiores índices de condenação parcial por contusão (8,29% das aves abatidas) e fratura (2,97%), enquanto para o frango caipira teve suas condenações parciais relacionadas à presença de abcesso (4,30%) e por contaminação da carcaça (4,23). Os principais motivos de condenação total em frango pesado foi a contaminação (0,22%), enquanto para o frango caipira foi a escaldagem excessiva (0,18%). Essas perdas parciais e totais de carcaças representaram prejuízo econômico estimado em milhões de reais para o abatedouro durante o ano de 2018, sendo fundamental a implementação de planos de ação frequentes e constantes para diminuir as condenações das aves.