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Dados do Trabalhos de Conclusão

FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Ciências para a Saúde (53022017001P6)
SEGURANÇA NO USO DE MEDICAMENTOS POR GESTANTES ATENDIDAS EM UM PRONTO SOCORRO OBSTÉTRICO DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL
PRISCILA BATISTA CORREA PARENTE
PROTOCOLO EXPERIMENTAL OU DE APLICAÇÃO EM SERVIÇOS
14/05/2019

Introdução. Durante a gravidez, o organismo materno passa por diversas adaptações e alterações fisiológicas fundamentais para sustentar o feto em crescimento e preparar o parto. Entretanto, essas alterações fisiológicas acabam por alterar, minimizando ou maximizando, os efeitos dos medicamentos no organismo materno e sobre o feto. Após a tragédia da talidomida ocorrida entre 1950 e 1960, a utilização de medicamentos por gestantes e seus efeitos sobre o feto passou a ser objeto de grande preocupação. Porém, realizar estudos intervencionistas nessa população especial, é praticamente impossível e muito arriscado. Logo, se mostra importante a incorporação dos métodos epidemiológicos para estudar essa população. No Brasil, os estudos de utilização de medicamentos revelam que a média de consumo é de dois medicamentos por gestante. Esse fato impulsiona iniciativas de pesquisas em nível local, na tentativa de descrever perfis de utilização e padrões de prescrição e de consumo, já que não é completamente conhecido os efeitos teratogênicos e geradores de má formação congênita dos medicamentos utilizados no período gestacional. Objetivo. Avaliar a utilização de medicamentos em gestantes com ênfase na segurança das prescrições em um pronto socorro obstétrico de um hospital público do Distrito Federal. Objetivos específicos. Conhecer o perfil de gestantes atendidas no pronto socorro bem como os principais motivos de internação. Descrever e classificar os fármacos e as principais classes terapêuticas prescritos para gestantes, usando a classificação Anatômica Terapêutico Química (ATC/OMS). Analisar o perfil dos fármacos prescritos de acordo com critérios de segurança e o período da gestação das gestantes atendidas em um pronto socorro obstétrico. Criar protocolo que otimize o processo assistencial no que se refere a segurança do paciente Métodos. Foi realizado um estudo epidemiológico, retrospectivo, observacional, descritivo, em gestantes internadas por mais de 24hs no pronto socorro obstétrico no período de janeiro a dezembro/2016. Os dados foram coletados e organizados em um banco de dados no Microsoft Office Excel 2013. As variáveis qualitativas foram tabuladas e apresentadas em frequência e percentual por categoria. As variáveis quantitativas, foram calculadas medidas de posição (média, mediana e quartis) e dispersão (desvio padrão). Foi adotada a classificação de risco dos medicamentos conforme o risco associado ao seu uso durante a gravidez adotada pelo Food and Drug Administration (FDA – Estados Unidos). As análises foram realizadas por meio do software R, versão 3.5. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética por meio do parecer no 2.434.224. Resultados. Foram estudadas 382 gestantes. Prevaleceu gestantes com idade entre 18 e 45 anos (n=361, 94%). O aborto foi a principal causa de atendimento 60% (n=229). 31% dessas mulheres (n=120) relataram ter tido 1 aborto ou mais. 42%(n=159) das gestantes internadas encontravam-se com idade gestacional de 5 a 10 semanas. Média de 4 medicamentos prescritos por gestantes. Dos 70 medicamentos 7 prescritos, 20% (n=14) pertencia à classe dos antibacterianos; 10% (n=7) analgésicos; 8% (n=6) medicamentos para o sistema cardiovascular; 8% (n=6) soluções para irrigação; 5% (n=4) antieméticos e 5% (n=4) uterotônicos. Prevaleceu a prescrição de medicamentos com nível de segurança B (medicamentos cujos estudos com animais de laboratório não demonstraram risco fetal mas não existem estudos adequados em humanos) e C (medicamentos para os quais os estudos em animais de laboratório revelaram efeitos adversos ao feto, mas não existem estudos adequados em humanos). Porém, houve casos de utilização de medicamentos com nível D, 13%, (medicamentos cuja a experiência de uso durante a gravidez mostrou associação com o aparecimento de más-formações, mas que a relação risco-benefício pode ser avaliada) e X, 6%, (medicamentos associados com anormalidades fetais em estudos com animais e em humanos e ou cuja relação risco-benefício contraindica seu uso na gravidez). Para a idade gestacional de 5 a 20 semanas predominou o uso de medicamentos com classificação B e C, 25% e 37%, respectivamente. Porém, foi a faixa etária gestacional que também fez mais uso de medicamentos da classe X (5%). Informações ausentes no prontuário eletrônico: 15% não informava número de gestações, 17% não possuíam número de partos,17% não informava número de abortos já ocorridos e 21% sem qualquer informação sobre idade gestacional da paciente no momento da internação. Conclusão: Esses resultados mostram a necessidade de se ter cautela na prestação da assistência e uma atenção redobrada com a prescrição e administração dos medicamentos, principalmente a essa população em especial, pois o uso incorreto pode acarretar malformações, deficiências funcionais, retardo do crescimento e até mesmo a morte do feto. O risco acontece pelo fato de não existir barreira de proteção entre o feto e a mãe para evitar o contato das substâncias ingeridas pela gestante. A placenta é uma membrana permeável à maioria das substâncias ingeridas pela mãe e não atua como barreira de proteção. Vale ressaltar que um maior cuidado deve ser tomado, principalmente, durante os três primeiros meses de gestação (1 a 12 semanas) pois é o período em que se inicia o desenvolvimento dos órgãos do embrião. Logo, é notório a importância de se ter um serviço de farmácia clínica prestando a assistência tanto ao paciente quanto à equipe de saúde, afim de garantir o uso racional e seguro de medicamentos durante o período de internação. Visando pôr em prática a melhoria da assistência e garantindo uma melhor segurança do paciente nesse pronto socorro obstétrico, como produto do mestrado, a equipe de farmácia clínica se estruturou e passou a avaliar e acompanhar diariamente, não somente as gestantes, mas também, todas as mulheres que ficam internadas nesse pronto socorro. Como produto deste trabalho foi produzido um artigo, intitulado: “Segurança no uso de medicamentos em gestantes em um pronto socorro público do Distrito Federal”, submetido a Revista Brasileira de Enfermagem – Reben. Foi elaborado um protocolo para o acompanhamento 8 farmacoterapêutico dessas grávidas internadas. Esse trabalho permitiu a inserção no pronto socorro obstétrico do serviço de assistência prestado pela farmácia clínica, além da criação desse protocolo de acompanhamento farmacoterapêutico, o qual padronizou a assistência prestada pelas farmacêuticas nesse setor. Por meio do protocolo é feito o registro dos medicamentos em uso pelas gestantes durante a internação, bem como avaliada as doses, as posologias, as vias de administração, o tempo de tratamento e as potenciais interações medicamentosas, principalmente no que se refere ao uso de antibióticos. A conciliação medicamentosa e todas as informações essenciais da história pregressa das pacientes é feita e registrada em prontuário eletrônico. Tanto os exames laboratoriais como as prescrições são monitorados diariamente e registrados nesse formulário. Ainda como produtos desse trabalho, foi publicado na revista de Comunicação em Saúde, o artigo: A legislação sobre o Aborto nos Países da América Latina: uma Revisão Narrativa, foi feita apresentação oral do resumo submetido ao 1º Congresso de Ciências Farmacêuticas do Centro-Oeste 2019: Estudo de utilização de antimicrobianos em gestantes atendidas em um pronto socorro obstétrico de um hospital público do Distrito Federal e foi apresentado um banner ao Congresso de Farmácia Hospitalar XII Brasileiro e VIII Sul-Americano do resumo: Estudo de utilização de medicamentos em mulheres atendidas em um pronto socorro obstétrico de um hospital público do Distrito Federal.

Medicamento;segurança do paciente;uso de medicamentos;gestantes
Introduction: During pregnancy, the maternal organism undergoes various adaptations and physiological changes fundamental to support the growing fetus and prepare for childbirth. However, these physiological changes end up altering, minimizing or maximizing the effects of the drugs on the maternal organism and on the fetus. After the thalidomide tragedy that occurred between 1950 and 1960, the use of drugs by pregnant women and their effects on the fetus became a matter of great concern. However, conducting interventional studies in this special population is practically impossible and very risky. Therefore, the incorporation of epidemiological methods to study this population is important. In Brazil, drug use studies show that the average consumption is two drugs per pregnant woman. This fact promotes research initiatives at the local level, in an attempt to describe profiles of use and patterns of prescription and consumption, since the teratogenic effects and generators of congenital malformations of the drugs used in the gestational period are not fully understood. Objective: To evaluate the use of drugs in pregnant women with an emphasis on the safety of prescriptions in an emergency department of a public hospital in the Federal District. Specific objectives: To know the profile of pregnant women assisted in the emergency room as well as the main reasons for 9 hospitalization To describe and classify the drugs and main therapeutic classes prescribed for pregnant women using the Anatomical Therapeutic Chemical Classification (ATC / WHO). To analyze the profile of the drugs prescribed according to safety criteria and the gestation period of the pregnant women attended in an emergency obstetric emergency. Create protocol that optimizes the care process with regard to patient safety Methods: An epidemiological, retrospective, observational, descriptive study was performed in pregnant women hospitalized for more than 24 hours in the obstetric emergency room from January to December / 2016. Data were collected and organized into a database in Microsoft Office Excel 2013. Qualitative variables were tabulated and presented in frequency and percentage by category. For the quantitative variables, position measurements (mean, median and quartiles) and dispersion (standard deviation) were calculated. The risk classification of the drugs was adopted according to the risk associated with their use during pregnancy adopted by the Food and Drug Administration (FDA - United States). The analyzes were performed using software R, version 3.5. The study was approved by the ethics committee through opinion 2.434.224. Results: A total of 382 pregnant women were studied. Prevalence of pregnant women aged between 18 and 45 years (n = 361, 94%). Abortion was the main cause of care 60% (n = 229). 31% of these women (n = 120) reported having had 1 miscarriage or more. 42% (n = 159) of hospitalized women were gestational age of 5 to 10 weeks. Average of 4 drugs prescribed by pregnant women. Of the 70 drugs prescribed, 20% (n = 14) belonged to the antibacterial class; 10% (n = 7) analgesics; 8% (n = 6) medications for the cardiovascular system; 8% (n = 6) solutions for irrigation; 5% (n = 4) antiemetics and 5% (n = 4) uterotonics. Prevalence of drugs with safety level B (medicines whose studies with laboratory animals showed no fetal risk but no adequate studies in humans) and C (medicines for which studies in laboratory animals revealed adverse effects on the fetus, but there are no adequate studies in humans). However, there were cases of use of drugs with a level D, 13% (drugs whose experience during pregnancy was associated with the appearance of malformations but that the risk-benefit ratio could be evaluated) and X, 6 (medicines associated with fetal abnormalities in animal and human studies and / or whose risk-benefit ratio contraindicates their use in pregnancy). For gestational age of 5 to 20 weeks, the use of drugs with B and C classification was predominant, 25% and 37%, respectively. However, it was the gestational age group that also made more use of class X drugs (5%). Information missing in the electronic medical record: 15% did not report number of pregnancies, 17% did not have a number of births, 17% did not report the number of abortions already occurred and 21% without any information on the gestational age of the patient at the time of admission. Conclusion: These results show the need to be cautious in the provision of care and a greater attention to the prescription and administration of medications, especially to this particular population, since misuse can lead to malformations, 10 functional deficiencies, growth retardation and even even the death of the fetus. The risk is due to the fact that there is no protection barrier between the fetus and the mother to avoid contact of the substances ingested by the pregnant woman. The placenta is a membrane permeable to most of the substances ingested by the mother and does not act as a protective barrier. It is worth mentioning that greater care should be taken, especially during the first three months of gestation (1 to 12 weeks) since it is the period in which the development of the embryo organs begins. Therefore, it is important to have a clinical pharmacy service providing assistance to both the patient and the health team, in order to ensure the rational and safe use of medications during the period of hospitalization Aiming at improving care and ensuring better patient safety in this obstetrical emergency room, as a product of the master's degree, the clinical pharmacy team was structured and began to evaluate and monitor daily, not only pregnant women, but also all pregnant women. women who are hospitalized in this first aid. As a product of this work, an article was produced entitled "Safety in the use of drugs in pregnant women in a public emergency in the Federal District", submitted to Revista Brasileira de Enfermagem - Reben. A protocol was developed for the pharmacotherapeutic follow-up of these hospitalized pregnant women. This work allowed insertion in the obstetric emergency room of the assistance service provided by the clinical pharmacy, in addition to the creation of this pharmacotherapeutic monitoring protocol, which standardized the assistance provided by pharmacists in this sector. It is used to record the medications in use during hospitalization, as well as to evaluate doses, dosages, routes of administration, time of treatment and potential drug interactions, especially with regard to the use of antibiotics. The medical record is made and recorded in the medical records and all essential information in the patients' prior history. Both laboratory tests and prescriptions are monitored daily and recorded on this form. Also as products of this work, was published in the journal Health Communication, the article: Legislation on Abortion in the Countries of Latin America: a Narrative Review, oral presentation of the summary was submitted to the 1st Congress of Pharmaceutical Sciences of the Center-West 2019: Antimicrobial use study in pregnant women attended at an obstetric emergency room of a public hospital in the Federal District and a banner was presented to the Congress of Hospital Pharmacy XII Brazilian and VIII South American of the summary: Study of the use of medicines in women attended in an emergency obstetric emergency room of a public hospital in the Federal District.
Medication;patient safety;medication use;pregnant women
1
72
PROVENCAL
FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
O trabalho não possui divulgação autorizada

Contexto

QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE
QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA MULHER
-

Banca Examinadora

MARIA RITA CARVALHO GARBI NOVAES
DOCENTE - PERMANENTE
Sim
Nome Categoria
MARIA RITA CARVALHO GARBI NOVAES Docente - PERMANENTE
CARMELIA MATOS SANTIAGO REIS Docente - PERMANENTE
MARGO GOMES DE OLIVEIRA KARNIKOWSKI Participante Externo
ANGELA FERREIRA BARROS Docente - PERMANENTE

Vínculo

Servidor Público
Empresa Pública ou Estatal
Ensino e Pesquisa
Sim

Produções Intelectuais Associadas

Nome Tipo da Produção Subtipo da Produção
ESTUDO DE UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM GESTANTES ATENDIDAS EM UM PRONTO SOCORRO OBSTÉTRICO DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL BIBLIOGRÁFICA TRABALHO EM ANAIS
ANTI-INFECCIOSOS PRESCRITOS A IDOSOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL BIBLIOGRÁFICA TRABALHO EM ANAIS
MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE INAPROPRIADOS PRESCRITOS A IDOSOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA SDE UM HOSPITAL PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL BIBLIOGRÁFICA TRABALHO EM ANAIS
Plataforma Sucupira
Capes UFRN RNP
  • Compatibilidade
  • . . .
  • Versão do sistema: 3.85.4
  • Copyright 2022 Capes. Todos os direitos reservados.

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