Os primeiros anos de vida compreendem um período de acelerado crescimento para a criança e a alimentação tem papel importante nesta fase, pois as necessidades nutricionais se tornam maiores para um pleno desenvolvimento. O leite humano é o alimento ideal a ser oferecido ao recém-nascido, pois sua composição é balanceada e adaptada ao metabolismo da criança. Após os seis meses, outros alimentos devem ser gradualmente oferecidos. No entanto, o
aleitamento materno deve ser ofertado até pelo menos os dois anos de idade. Neste sentido, esta pesquisa visou construir um mapa alimentar e nutricional tendo como base as informações disponíveis no banco de dados do SISVAN sobre as práticas alimentares e dados antropométricos de crianças de zero a 24 meses que frequentaram as Unidades Básicas de Saúde da cidade Uberaba, MG no ano de 2017. Também foi elaborado um material educativo voltado para mães e cuidadores de crianças menores de dois anos, contendo orientações nutricionais e dicas alimentares. Foram analisadas as informações de 115 crianças entre zero e seis meses e 285 crianças entre seis e 24 meses. No grupo de crianças com idade entre zero e seis meses, 87,8% receberam leite materno, sendo 54,8% aleitamento materno exclusivo. As maiores prevalências de aleitamento materno encontram-se nas áreas periféricas da cidade, e aleitamento materno exclusivo na região sul. Ainda no grupo de crianças entre zero e seis meses de idade, 37,4% receberam água/chá, 18,3% receberam fórmula infantil e menos de
8,0% receberam outros tipos de alimentos. No grupo de crianças com idade entre seis e 24 meses, 54,7% receberam leite materno, 78,6% receberam fruta “in natura” e 96,8% receberam comida salgada. O consumo de alimentos industrializados foi de 73,3%, sendo as bebidas adoçadas o item mais consumido. O município apresentou índice de aleitamento materno semelhante ao de outros estudos analisados, assim como os índices de consumo alimentar inadequado. Materiais como o produzido por este estudo devem ser desenvolvidos e utilizados para conscientizar a população da importância da alimentação saudável nos
primeiros anos de vida das crianças, a fim de minimizar o surgimento das morbidades associadas com a introdução alimentar inadequada.