RESUMO Introdução: A terapia nutricional enteral e parenteral consiste em administrar nutrientes via sondas nasogástricas, entéricas, ostomias ou por via endovenosa, respectivamente, quando o paciente se encontra impossibilitado de receber a dieta por via oral. Estudos descrevem que 51,5% das complicações que ocorrem em virtude da administração de medicamentos por meio de sondas enterais se dão em consequência de informações escassas sobre as possíveis interações entre os nutrientes das fórmulas de nutrição enteral e os fármacos infundidos conjuntamente. Objetivo: foi avaliar a compatibilidade química entre fármacos e/ou nutrientes na nutrição enteral de pacientes idosos e o conhecimento dos profissionais de saúde a respeito dos procedimentos de terapia nutricional em uma unidade de terapia intensiva de um hospital público de Brasília, de forma a aumentar a qualidade da terapia nutricional e a segurança dos pacientes submetidos a estes procedimentos. Métodos: Revisão bibliográfica da literatura acerca do tema, estudo descritivo transversal com os profissionais de saúde atuantes na Unidade de Terapia Intensiva e outro estudo descritivo exploratório com 101 pacientes que permaneceram internados no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2012 na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional da Asa Norte. Resultados: Foi apresentado pela literatura uma variedade de interações entre fármacos e entre fármaco-nutriente nas formulações de nutrição enteral. Através do estudo dos profissionais foi possível observar que a maioria reconhece não ter conhecimento da possibilidade de ocorrência das interações entre fármacos usados concomitantemente com a terapia nutricional. Por meio da análise dos prontuários, foi possível observar que a maioria dos pacientes são idosos, diferença de apenas 1% entre os sexos, taxa de 70% de óbito, média de tempo de internação de 31 dias e algumas complicações foram anotadas como diarreia, distensão abdominal, resíduo gástrico, obstipação intestinal e vômitos. Conclusão: As interações entre fármacos e nutrientes são pouco conhecidas, porém observou-se a presença em quase todas as prescrições, aumentando o risco na segurança da prescrição dos pacientes hospitalizados.