O estudo teve como objetivo geral avaliar a eficácia da cartilha educativa no conhecimento, atitude e prática de acompanhantes sobre isolamento de contato. Trata-se de estudo com métodos mistos com duas etapas: estudo metodológico e estudo experimental randomizado controlado (EERC). O estudo metodológico foi desenvolvido mediante levantamento bibliográfico (revisão de literatura, encontro grupal e entrevistas com acompanhantes); elaboração do material educativo; validação de conteúdo e aparência com 17 juízes e validação de aparência com sete acompanhantes. Os dados dessa fase foram analisados de forma descritiva e considerando índice de concordância de 80% entre as respostas. O EERC foi realizado com 54 acompanhantes de um hospital universitário de Fortaleza-CE, sendo 28 do grupo intervenção (GI), que recebiam a cartilha, e 26 do grupo controle (GC), que recebiam somente orientações verbais. O desfecho (conhecimento, atitude e prática) foi associado às variáveis sóciodemográficas e as relacionadas ao isolamento de contato. Para avaliação da mudança no desfecho, antes e após a intervenção de ambos os grupos, optou-se pelo Teste de Wilcoxon, e para a comparação do pós intervenção entre os grupos foi utilizado o Teste Mann-Whitney. Fixou-se o nível de significância menor ou igual a 5% (p<0,05) para avaliação da eficácia da cartilha. A maioria dos itens avaliativos da cartilha obteve índices de concordâncias acima do preconizado para esse estudo. As alterações foram realizadas conforme as sugestões dos juízes, dando origem a segunda versão da cartilha submetida a validação de aparência pelo público-alvo, culminando em modificações na capa e na linguagem da cartilha. O grupo de acompanhantes que participou do EERC caracterizou-se por maioria do gênero feminino, na faixa etária entre 36 e 60 anos de idade, com escolaridade entre ensino fundamental completo e ensino médio incompleto, com renda familiar de até um salário mínimo. Não houve diferença significativa das variáveis entre os grupos (p>0,05), tratando-se de grupos homogêneos. Houve melhora, embora sem significância estatística, em 11 itens do domínio conhecimento no GI, e oito itens no GC. Houve melhora de dois itens do domínio atitude no GI e no GC, sendo a pergunta 19 com significância estatística nos dois grupos. Em relação ao domínio prática, o GI melhorou em quatro itens e o GC, em sete. Apenas a pergunta 23 com significância estatística em GI. A faixa etária de 36-60 anos, o fato de ter recebido orientações e o isolamento confirmado 8 tiveram associações significativas com a atitude pós no geral. O fato de já ter acompanhado paciente hospitalizado e o isolamento de contato confirmado melhoraram a prática pós intervenção no geral de forma significativa. O estudo alcançou seu objetivo de construir e validar a cartilha “Conversando sobre isolamento de contato” através da demonstração dos índices de concordância entre os juízes especialistas e o público-alvo, para ser utilizada pelos enfermeiros no manejo de acompanhantes de pacientes em isolamento de contato no ambiente hospitalar. Os acompanhantes dos pacientes participantes do GI tiveram mudanças no conhecimento, atitude e prática relacionados à prevenção de infecções transmitidas por contato em 17 itens do CAP.